Paulo Raimundo assumiu esta posição em conferência de imprensa, após ter apresentado o compromisso eleitoral do PCP para as eleições legislativas antecipadas de 18 de maio.
Interrogado se o PCP está disponível para repetir um acordo à esquerda, tal como aconteceu após as eleições legislativas de 2015, ou se, pelo contrário, a opção é a de recusar entendimentos com o PS, como aconteceu em relação às próximas eleições para a Câmara de Lisboa, Paulo Raimundo respondeu: "Precisamos de uma rutura com este caminho e com esta política".
"Não é por nós que faltará força, vontade, proposta e coragem. E carregaremos todos os pianos com todos aqueles que quiserem romper com este caminho, com esta política, com estas opções e ter uma política ao serviço da maioria do nosso povo", começou por referir.
A seguir, no entanto, o secretário-geral do PCP frisou que não se pode pedir aos comunistas para "alinharem com opções de política que, com mais ou menos mais ou menos proclamação, com esta ou aquela medida pontual, no fundo, corresponde a opções em curso".
"E a Câmara de Lisboa é um bom exemplo disso. Não dá para andar peito cheio a criticar a gestão PSD-CDS e depois aprovar todos - não foi um, não foram dois -, todos os orçamentos da Câmara Municipal de Lisboa do [Carlos] Moedas", justificou Paulo Raimundo, numa alusão à atuação do PS.
A seguir, visou diretamente os socialistas, dando o exemplo da Câmara de Setúbal.
"Aqui ao lado, numa terra que eu conheço bem, que é Setúbal, uma Câmara de gestão CDU, o PS fez exatamente o contrário. Chumbou todos os orçamentos", apontou.
Para Paulo Raimundo, em matéria de compromissos à esquerda, "isto não vai lá por palavras, não vai lá por proclamações".
"Vai lá com atos -- e atos de coragem", acrescentou.
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