Luís Amado escreve esta quinta-feira no seu texto de opinião, na revista Visão, que atualmente “aumentar impostos e cortar despesa é mais fácil do que atrair capital e investimento produtivo”.
“É este o problema quando se pensa em crescimento económico hoje, perante os constrangimentos das finanças públicas europeias”, refere.
Para o antigo ministro da Defesa, a “crise da dívida soberana voltará a reabrir-se e o espetro da desintegração regressará”, se não se tiver em conta a “necessidade urgente de mais crescimento e de mais inflação”. Contudo, sublinha, esta é uma preocupação que “toda a gente reconhece”.
E alerta: “A atual acalmia dos mercados pode ser ilusória”.
Relativamente ao “eixo Paris-Roma”, Luís Amado acredita que “pode pôr à prova a nova Comissão e, em última instância, a reação dos mercados”.
Este “eixo”, explica, surge porque a França anunciou um novo adiamento do objetivo de redução do défice. Mas para o socialista, o pedido francês é “não uma prorrogação de datas mas [um pedido de] adaptação das regras”. Uma intenção, que sublinha, conta com o apoio de Itália.
Perante a posição do eixo, considera, “é compreensível a inquietação de Merkel e de Schäuble (ministro das Finanças alemão)”.