Em declarações prestadas no programa ‘Terça à Noite’, Luís Amado considerou que a estratégia escolhida por António Costa para o PS é “arriscada”, no entanto, disse que o caminho escolhido “é compreensível”.
"Há uma clara reorientação estratégica do partido. Acho que essa reorientação, sendo arriscada, é compreensível. Veremos o que [nas eleições] em outubro os portugueses nos dizem, porque só mesmo em outubro se pode ajuizar plenamente o mérito ou demérito dessa orientação", afirmou o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado.
Para o antigo governante, a estratégia escolhida pelo recém-eleito líder socialista enquadra-se no percurso político escolhido por Costa na Câmara de Lisboa, em que “conseguiu conquistar o eleitorado a esquerda". No entanto, refere Amado que, nem por isso, possíveis entendimentos à direita poderão ainda concretizar-se.
“O conceito chave do PS, do ponto de vista estratégico, é o da sua autonomia, a autonomia estratégica do partido, seja na relação à esquerda, seja na relação à direita", argumentou para depois explicar que “se esse princípio for bem referenciado nas opções que a liderança fizer, seja na relação com a esquerda seja na relação com a direita, é possível que o PS não fique mal no fim de todo este processo e saia reforçado", sublinha.
Instado a comentar a detenção do antigo primeiro-ministro José Sócrates, Luís Amado remeteu-se para uma posição de silêncio não abdicando, porém, de criticar a “humilhação pública” e o “espetáculo circense”, sobretudo dada a forma como se realizou a detenção e surgiram notícias sobre, alegados, atos cometidos pelo antigo chefe do Governo.