"Ainda tenho alguma dúvida [sobre o acordo à Esquerda] porque acho que é difícil conciliar programas tão distantes em relação a matérias cruciais". As palavras são do socialista Luís Amado na ‘Grande Entrevista’, esta noite, na RTP 3.
O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros relembrou o momento em que começou a segunda legislatura de José Sócrates, onde sugeriu que a melhor opção para o país seria que se “fizesse convergir os dois principais partidos portugueses”, mostrando que seria melhor para responder “a problemas sociais da economia portuguesa”.
“Olhando para as circunstâncias atuais, a solução que permitia o país recuperar muito rapidamente era um acordo desse tipo”, uma espécie de “garantia de estabilidade” que, na opinião de Luís Amado, só aconteceria com uma grande coligação ao centro - PSD e PS.
O socialista crê que "o acordo entre PS, PCP e Bloco não oferece estabilidade e governabilidade”. “Não tem comparação com o que seria um bloco de duas forças pertencentes às famílias europeias e que teria condições para fazer as reformas que o país precisa”, salvaguarda.
Por outro lado, “se houver condições para que o PCP e o Bloco deem garantias firmes de que honram os compromissos na matéria orçamental e nos objetivos e compromissos no projeto de integração de Portugal na Europa, o cenário será diferente”, conclui.