Verba para metro é "anúncio enganoso de Governo enganador"

O líder da distrital do PSD/Porto, Virgílio Macedo, afirmou hoje que o aviso de existirem 400 milhões de euros para investimento nos metros de Lisboa e do Porto é "mais um anúncio enganoso de um Governo enganador".

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Lusa
10/05/2016 14:17 ‧ 10/05/2016 por Lusa

Política

PSD

Afirmando-se "muito preocupado" com a possibilidade de a extensão da linha verde do Metro do Porto até ao concelho da Trofa ser "outro processo de reversão feito por este Governo", o deputado social-democrata questionou "como é que as pessoas podem acreditar que depois de se fazer um anúncio de 400 milhões de euros se vá reavaliar e se tenha grandes dúvidas relativamente a uma obra [de ligação entre o ISMAI e o Muro] de poucas dezenas de milhões de euros".

Segundo o deputado, em causa está o facto de o Governo ter decidido pedir à Metro do Porto uma reavaliação daquele projeto, que foi definido num memorando de trabalho assinado, em outubro, pelos municípios da Trofa e da Maia, CCDR-N e a empresa de transporte público, e depois homologado por dois secretários de Estado do anterior Governo PSD/CDS-PP.

Para Virgílio Macedo, "há falta de vontade política para cumprir com os compromissos anteriormente assumidos", o que "já não é novidade".

"Viemos aqui [à CCDR-N] pedir umas migalhazinhas para uma extensão de cerca de três quilómetros e há umas semanas o ministro disse que havia 400 milhões para os metros do Porto e de Lisboa. Claro que esses 400 milhões de investimentos é mais um anúncio enganoso de um Governo enganador", afirmou.

Afirmando ser "totalmente inaceitável" o projeto estar a ser reavaliado, Virgílio Macedo considerou que o Governo está a fazer "uma perseguição a duas câmaras do PSD".

"Fomos informados que o ministro pediu à Metro do Porto para fazer uma avaliação a este projeto e parece-nos que essa avaliação é um empurrar a situação para a frente para depois não concretizar", sustentou.

No projeto que foi definido pelos municípios, CCDR-N e Metro, orçado em cerca de 36,7 milhões de euros, disse, "há valores, há dinheiro e só falta a vontade política".

"Esperamos que este Governo mantenha a palavra dada pelo anterior Governo para avançar a obra", concluiu.

No final da reunião, o presidente da Câmara da Maia, Bragança Fernandes, afirmou aos jornalistas que avançar com a obra é "uma questão de justiça, porque a linha da Trofa estava prevista na 1.ª fase da rede do Metro do Porto e foi retirada" e depois esteve na 2.ª fase que não foi cumprida.

"Hoje percebi que há uma verba para começar a obra, as câmaras contaram com uma verba dos próprios investimentos camarários para avançar com a obra, o que queremos é que o Estado cumpra, porque neste momento aquilo é um canal de esgoto", sublinhou Bragança Fernandes.

Também o vice-presidente da Câmara da Trofa, António Azevedo, afirmou que a autarquia "está pronta para assumir os compromissos" e espera que "também os outros, que assinaram o protocolo com boa-fé, os cumpram".

"É um direito que nos assiste", disse.

No âmbito deste memorando assinado, os dois municípios comprometeram-se a abdicar de uma verba de fundos comunitários para a extensão da linha do ISMAI até à Trofa, com a criação de duas estações.

O projeto prevê a passagem do metro no antigo canal ferroviário, em via dupla, bem como a requalificação da estação do Muro.

A circulação ferroviária nas linhas da CP da Póvoa de Varzim e da Trofa foi interrompida em 24 de fevereiro de 2002 para dar início às obras de construção do canal do metro. Desde então, as populações dispõem de um serviço de transporte alternativo em autocarro.

Em dezembro de 2009 foi lançado um concurso público internacional para a linha da Trofa que acabou por ser suspenso em setembro de 2010.

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