"Para nós, portugueses, é fundamental ter uma Espanha estável", disse António Vitorino num encontro do Fórum dos Portugueses em Madrid, acrescentando que "uma instabilidade governativa tem um custo económico".
Para o advogado, "o interesse de Portugal é que a Espanha resolva rapidamente" os seus problemas políticos, porque "a economia espanhola é importante para Portugal", nomeadamente por causa das trocas comerciais entre os dois países.
A Espanha tem um governo de gestão desde há sete meses, tendo realizado eleições em dezembro de 2015 que tiveram de ser repetidas em 26 de junho último, depois das principais forças políticas não terem chegado a um acordo sobre uma solução para governar o país.
O atual presidente do governo de gestão espanhol, Mariano Rajoy, do PP (Partido Popular, de direita) está a tentar negociar apoios para continuar a chefiar o próximo Governo.
O PP foi o partido mais votado nas eleições de 26 de junho, obtendo 137 deputados, mais 14 que nas legislativas de dezembro, mas longe dos 176 mandatos que dão a maioria absoluta no congresso espanhol.
O PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) ficou em segundo lugar, com 85 assentos, enquanto a aliança de esquerda Unidos Podemos (uma aliança entre partidos de extrema esquerda que inclui o Podemos) ficou em terceiro e elegeu 71 deputados e o Ciudadanos conseguiu 32 assentos.
Os membros das novas Cortes espanholas (Congresso de Deputados e Senado) tomam posse a 19 de julho.
Poucos dias depois da constituição das duas câmaras, mas sem prazo definido, o rei de Espanha, Filipe VI, iniciará as consultas com os partidos para, em seguida, fazer uma proposta de candidato a assumir a presidência do governo.