"O principal desafio que nós temos hoje na Europa e nos Estados Unidos [que são as maiores economias do mundo] é saber até que ponto conseguimos suster os 'ismos', que são sempre o princípio de qualquer coisa má, como o nacionalismo, o racismo, o protecionismo", disse Miguel Albuquerque, na abertura do I Seminário Transnacional de Intercâmbio de Experiências.
O chefe do executivo madeirense vincou a importância da Provedoria de Justiça em termos de defesa dos direitos individuais e lembrou que as ações violentas no século XX, como as duas guerras mundiais e a guerra na ex-Jugoslávia, foram praticadas por sociedades desenvolvidas e tecnologicamente avançadas.
"É fundamental que, no domínio dos direitos, liberdades e garantias, as elites estejam informadas sobre este perigo, que é simples: a linha divisória entre a sofisticação técnica e a barbárie, entre a cultura e a violência, entre a civilização e a opressão é muito frágil", afirmou Miguel Albuquerque.
No decurso do I Seminário Transnacional de Intercâmbio de Experiências, que termina esta quarta-feira, foi apresentado o Projeto DEMOS, que envolve as instituições afins à Provedoria de Justiça de Portugal (nomeadamente as extensões da Madeira e dos Açores), de Espanha (Canárias), de Cabo Verde, do Senegal e da Mauritânia.
"É um projeto de cooperação multinacional e procura desenvolver estudos, debates e linhas de cooperação com as administrações regionais e locais para encontrar novos canais de comunicação", explicou o provedor-adjunto de Justiça, Jorge Jacob.
O responsável lembrou, por outro lado, que o objetivo de instituições como a Provedoria de Justiça é "ajudar os cidadãos a resolver os seus problemas", pelo que é importante encontrar "formas inovadoras" de relacionamento com as administrações dos estados.