Em declarações prestadas hoje a agência Lusa, o presidente da Câmara, José Maria Costa (PS), e os vereadores Hermenegildo Costa (PSD) e Cláudia Marinho (CDU) são unânimes em rejeitar um "estado de graça" no executivo, garantindo que o "consenso" no novo mandato resulta de "concertação e negociação", tendo em vista "o superior interesse dos vianenses". No entanto, os vereadores da oposição alertam que "estão atentos" e "não pensarão duas vezes se tiveram de mostrar cartão vermelho".
De acordo com dados fornecidos pela Câmara de Viana do Castelo, desde a tomada de posse do novo executivo, em outubro de 2017, realizaram-se "seis sessões ordinárias do executivo de maioria PS (seis eleitos), que apreciaram 131 pontos, sendo que nenhum foi rejeitado, sendo a abstenção o sentido de voto mais utilizado pela oposição".
Conforme sublinhou a autarquia da capital do Alto Minho, na votação do plano de atividades e orçamento para 2018, "um dos pontos mais importantes" dos primeiros 100 dias de governação, "o PSD absteve-se e a CDU votou favoravelmente".
À Lusa, o presidente da Câmara de Viana do Castelo afirmou que "os representantes das oposições, quer no executivo quer na Assembleia Municipal, têm mostrado uma convergência muito grande nos aspetos fundamentais do desenvolvimento de Viana do Castelo".
"O importante que estejamos todos sintonizados nos grandes objetivos estratégicos. Naturalmente que há opiniões diferentes mas o importante é que, no essencial, haja uma grande convergência e isso tem acontecido, à esquerda e à direita", disse José Maria Costa que tomou posse para o último mandato autárquico a 20 de outubro de 2017.
O autarca referiu que a maioria PS tem tido uma "postura de abertura, diálogo e consensualização de propostas, em áreas estruturantes para Viana do Castelo, como a reabilitação urbana, educação e economia".
Para José Maria Costa o balanço dos primeiros 100 dias de governação é "francamente positivo" e acrescentou que a "consonância de objetivos" foi visível durante a campanha eleitoral para as autárquicas.
O PSD, representado pelos vereadores Hermenegildo Costa e Paula Cristina Veiga, recusa fazer "oposição por oposição".
"Somos uma oposição construtiva. Temos dado sugestões, algumas que nos chegam dos munícipes. Naturalmente que poderão surgir aspetos com que não concordemos e até que não venham a ser resolvidos. E aí temos de chamar à atenção. Estaremos atentos", afirmou Hermenegildo Costa.
O líder da bancada social-democrata admitiu que a atuação na autarquia "divide" o partido entre opiniões "muito favoráveis" e, outras, defensoras de "uma linha mais dura".
"Não temos tomado essa posição de dureza porque nunca foi o nosso entendimento. Há situações que é possível resolver através da negociação no seio do executivo. Privilegio essa postura e temos pretendido que isso seja esgotado para não entrar numa linha de colisão por colisão", especificou.
"A vereadora da CDU, Cláudia Marinho, fez um balanço "positivo, dentro do possível" e garantiu que o partido "não vota contra por votar contra".
"As propostas apresentadas pela maioria foram ao encontro das nossas expectativas. Temos de ser uma oposição construtiva", disse Cláudia Marinho, sublinhado que a CDU, ao longo dos primeiros 100 dias do novo executivo, "lançou propostas, questionou a maioria sobre preocupações dos munícipes, apresentou moções e requerimentos".
A vereadora comunista alertou que, "daqui para a frente, o partido vai atento à possível criação de uma empresa intermunicipal para gestão do serviço de abastecimento de água e saneamento básico dos dez concelhos do distrito de Viana do Castelo".
