A Google pode estar perante uma das suas maiores polémicas dos últimos anos depois de ser descoberto que a empresa permite que ‘developers’ de aplicações acedam às mensagens de e-mail trocadas através do Gmail.
A prática começou por ser denunciada por uma empresa ao The Wall Street Journal, que apontou para as permissões que a Google pede quando o utilizador decide conetar o Gmail a serviços externos. Entre essas permissões encontram-se a capacidade de "ler, enviar, apagar e gerir o e-mail”. Em reação, a Google confirmou o acesso de terceiros a contas de Gmail e defendeu-se argumentado que não vai conta os termos e condições do serviço.
O caso suscitou uma nova discussão em torno da legibilidade dos termos e condições de serviços oferecidos pelas grandes tecnológicas, com especialistas a defenderem que as empresas do ramo deveriam simplificar as suas políticas para que fossem mais claras.
“Não deve haver surpresas para os utilizadores do Google: funcionalidades escondidas, serviços ou ações que sejam inconsistentes com propósito promovido”, defende o professor Alan Woodward da Universidade do Surrey em conversa com a BBC. “Podes passar semanas da tua vida a ler termos e condições. Pode muito ser estar lá mencionado, mas um ser humano numa empresa exterior ser capaz de ler os teus e-mails não é algo que pensasses ser razoável”, nota ainda Woodward.
Entretanto a Google reagiu à polémica através de uma publicação de blogue. Nesta publicação a tecnológica de Mountain View explica em que situações é que tem acesso ao Gmail, detalhando ainda todo o processo que emprega para garantir que as apps que acedem ao serviço de e-mail são legítimas.