A revelação é feita depois de outra das grandes empresas emergentes na China, a Didi, ter visto Pequim impor-lhe restrições significativas pelo mesmo motivo, poucos dias depois de começar a ser cotada em Wall Street.
A ByteDance, avaliada em 180 mil milhões de dólares (cerca de 152 mil milhões de euros) em dezembro, tinha vindo a ponderar uma oferta pública inicial de ações de todas ou parte das suas empresas nos Estados Unidos ou de Hong Kong, segundo fontes citadas pelo WSJ.
O fundador da gigante tecnológica chinesa decidiu suspender esses planos, após reuniões com os reguladores chineses, nas quais foi pedida à empresa para focar-se nos riscos de segurança de dados e outras questões, de acordo com as mesmas fontes.
A prudência da ByteDance contrasta com a da Didi, um serviço semelhante à Uber, que continuou com o processo de cotação em bolsa, apesar dos avisos das autoridades chinesas.
Depois de chegar a Wall Street e atingir uma valorização de cerca de 80 mil milhões de dólares, as ações da empresa caíram drasticamente após Pequim ter proibido descarregar a sua aplicação móvel, no âmbito de uma investigação de cibersegurança de que a empresa está a ser alvo.
Pequim anunciou a investigação de cibersegurança à Didi por alegada violação das leis nacionais ao recolher alguns dados dos utilizadores, tendo-se a empresa comprometido a "corrigir quaisquer problemas, (...) proteger a privacidade dos seus utilizadores e a segurança dos dados e continuar a fornecer serviços seguros e práticos aos seus utilizadores".
A investigação à Didi surge numa altura em que a relação das autoridades chinesas com gigantes digitais do país parece ter azedado, especialmente com as que têm grandes subsidiárias dedicadas ao setor tecnológico e financeiro ("fintech").
Hoje, as ações da Didi caíram novamente cerca de 5% na abertura de Wall Street e estavam a ser negociadas abaixo dos 11,50 dólares, depois de terem ultrapassado os 18 dólares.
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