De acordo com o responsável, ainda que a empresa esteja em crescimento, com previsões de faturação de 1,2 milhões de euros para o ano e de quatro milhões de euros para 2026, o "espírito de 'startup' continua a existir".
"Ou seja temos no ADN este espírito inovador, de estar constantemente a reinventar soluções, olhar para o futuro e não responder apenas ao que o mercado pede para o imediato, e pensar no que seria o futuro do 'e-commerce' [comércio eletrónico]", destacou.
De acordo com Rui Cruz, a Beevo nasceu da vontade "de criar 'software' português que pudesse concorrer com as multinacionais que estavam ou estão a entrar em Portugal, que fosse produzido com 100% de engenharia portuguesa e pudesse atuar no mercado das médias e grandes empresas para ser uma alternativa aos 'softwares' internacionais", salientou o fundador da empresa de Braga.
A empresa percebeu que havia uma oportunidade precisamente na área do 'e-commerce', junto das empresas nacionais, "que achavam que o facto de adquirirem 'softwares' internacionais as mantinha um bocadinho afastadas dos centros de decisão".
"Observamos essa oportunidade, constituímos uma empresa e decidimos avançar com um modelo de 'software' próprio, de raiz, português, e que foi bem recebido por empresas e marcas de média e grande dimensão e algumas pequenas de maior dimensão", salientou Rui Cruz, acrescentando que o 'software' foi "adotado por grandes marcas que, apesar de serem portuguesas, são internacionais e estão espalhadas pelo mundo inteiro".
O fundador da Beevo destacou ainda que a empresa tem "a ambição de no próximo ano contratar entre 10 a 14 colaboradores", sendo que já conta com 39 colaboradores e irá agora mudar-se em janeiro para novos escritórios em Braga.
Em 2022, a empresa irá investir 20% a 25% da faturação em inovação, referiu Rui Cruz, sublinhando que a empresa tem apostado também na qualidade dos produtos.
Para o futuro, a principal ambição da Beevo é expandir a sua internacionalização, que neste momento se limita à Suécia.
"O projeto nasceu para ser internacional", garantiu, assegurando que a prioridade passa pelos países da União Europeia e pela Suíça, bem como pela Alemanha e Bélgica e pelo norte da Europa, em mercados como a Dinamarca e Finlândia.
"Mas temos de ser realistas, a Beevo move-se por meios próprios, o investimento é feito por nós", reconheceu Rui Cruz, acrescentando que a entrada em novos países pode ser concretizada através de produtos por subscrição ou com a presença junto de marcas locais.
A Beevo escolheu o mercado sueco por ser um "país em dimensão relativamente parecido com Portugal", com empresas de tamanho e cultura semelhantes, depois de ter fechado um acordo com um parceiro sueco.
Rui Cruz reconheceu que nestes últimos dois anos, com a pandemia e o crescimento do 'e-commerce', a empresa tem recebido muitos pedidos.
"Temos visto empresas que estão a fazer grandes projetos e outras que não estavam preparadas e fizeram uma tentativa e falharam", destacou, salientando que os clientes devem estar focados nos seus negócios e não terem preocupações com a tecnologia de 'e-commerce'.