O tabloide britânico noticiou que a unidade governamental que controla o extremismo no Reino Unido intensificou a vigilância do que é partilhado naquela rede social, especialmente em relação a contas com um grande número de seguidores, incluindo a de Musk, que é o dono da X.
Um porta-voz do Ministério do Interior recusou confirmar a informação avançada pelo jornal, alegando tratar-se de questões operacionais, mas confirmou a "monitorização regular de fontes abertas" para que as autoridades estejam informadas "sobre o que está a ser partilhado e discutido na Internet".
De acordo com o jornal, a unidade antiterrorista tem estado envolvida na análise de conteúdos e na avaliação de riscos.
Os responsáveis temem que os conteúdos tóxicos, cuja veracidade da grande maioria não é verificada, partilhados nas redes sociais possam gerar violência, como aconteceu no verão passado, quando grupos de extrema-direita provocaram motins e chegaram a atacar um hotel onde se encontravam requerentes de asilo.
Elon Musk tem usado a sua plataforma X para lançar fortes críticas ao governo britânico chefiado por Keir Starmer.
A unidade que monitoriza o extremismo faz parte do chamado Grupo de Segurança Nacional, cuja "missão é reduzir os riscos de segurança nacional para as pessoas, a prosperidade e as liberdades do Reino Unido", recordou o Daily Mirror, destacando ainda que o objetivo deste grupo é avaliar o risco terrorista, de agentes ligados a Estados hostis ou de criminosos cibernéticos e económicos.
"Estamos a monitorizar de perto a forma como a desinformação e o ódio podem proliferar, incluindo 'online'", disse uma fonte governamental ao tabloide britânico.
O jornal Financial Times (FT) revelou na quinta-feira que Musk discutiu em privado com aliados uma forma de forçar a destituição do líder trabalhista antes das próximas eleições no Reino Unido, previstas para 2029.
De acordo com informações publicadas pelo FT, o magnata está a investigar a forma de desestabilizar o governo de Starmer, para além das fortes críticas que lançou contra ele no X.
O multimilionário, acrescentou o FT, procurou informações sobre a forma de gerar apoio a movimentos políticos britânicos alternativos, nomeadamente a formação populista de direita Partido Reformista (Reform UK).
Na última semana, Musk apelou à realização de um inquérito nacional sobre casos antigos de exploração sexual de raparigas vulneráveis por grupos de homens, na sua maioria britânicos e paquistaneses, em várias cidades britânicas.
Musk acusou Starmer de ter sido "cúmplice" no fracasso das autoridades em proteger as vítimas e processar os abusadores quando era líder do Ministério Público, entre 2008 e 2013.
Segundo a estação pública britânica BBC, a vigilância das publicações de Musk terá começado depois de ele ter feito comentários sobre a secretária de Estado da Proteção de Dados, Jess Phillips, a quem chamou de "apologista do genocídio por violação" e disse que ela devia ser presa.
Musk, conselheiro do Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu ainda publicamente a libertação do extremista anti-islâmico Tommy Robinson, preso no Reino Unido por desrespeito aos tribunais.
Em novembro passado, Trump anunciou a nomeação de Elon Musk para chefiar um novo departamento da administração norte-americana focado na "eficiência governamental".
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