"Não temos mulheres suficientes na área da tecnologia"

A diretora executiva da APDC afirmou esta terça-feira à Lusa que não há mulheres suficientes na área da tecnologia e apontou que a maioria das iniciativas para atrair o género feminino neste âmbito estão concentradas em Lisboa e no Porto.

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© Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações

Lusa
11/02/2025 19:35 ‧ há 5 horas por Lusa

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No âmbito do Dia Internacional das Mulheres e das Meninas na Ciência, que se celebra hoje, a APDC -- Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações realizou um encontro, em Lisboa, sobre "Como Melhorar a Presença de Meninas e Mulheres em STEM [Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática] em Portugal?".

 

"Hoje apresentámos um estudo realizado no ano passado que faz um mapeamento das iniciativas para atrair e reter meninas e mulheres na área STEM", adiantou Sandra Fazenda Almeida, referindo que houve 30 iniciativas que partilharam os seus dados.

"Concluímos que a maioria das iniciativas são concentradas em Lisboa e no Porto, não cobrem o resto do país e em algumas faixas etárias mais ligadas à fase de carreira e não tanto à fase de inspiração", prosseguiu a responsável.

Quando se refere à fase de carreira, tal corresponde a mulheres que já estão na área STEM, enquanto inspiração corresponde a jovens que podem perseguir estudos nessa área.

"Aquilo que nós precisamos de apostar é desde a 'baseline' [base], desde o início, que é como é que nós levamos mais meninas a optarem por cursos e saídas profissionais na área STEM", salientou Sandra Fazenda Almeida.

Este estudo "visa justamente poder ser um farol para orientar as nossas ações, as ações das empresas que fazem parte da APDC, onde é que elas querem investir, onde é que elas querem apoiar, porque todas elas se debatem com o mesmo problema que é - nós não temos mulheres suficientes na área da tecnologia", enquadrou.

"E como alguém dizia recentemente, o setor, para servir todos, tem que contar com todos e na tecnologia também é uma realidade", defendeu a diretora executiva da APDC.

A associação apresentou hoje um prémio que se chama Women Shaping Tech: "A nossa ambição é que conseguir agregar as empresas que têm esta responsabilidade e este desejo de inverter a situação em torno de ações concretas e que possam premiar, dar um incentivo financeiro às iniciativas que já estão no terreno, com métricas de sucesso e que precisam de um apoio financeiro para alcançar e aumentar o seu impacto", argumentou.

"E é justamente isso que este prémio da APDC se destina a fazer, é olhar para as iniciativas que participam" no tal mapeamento "que vai para o estudo que vai ser feito este ano, porque a nossa ideia é todos os anos perceber a evolução das iniciativas, olhar para essas iniciativas e depois escolhermos, em conjunto com as iniciativas e com as empresas que participam no prémio, quais são aquelas que podem merecer este investimento financeiro para aumentar o seu impacto", explicou a responsável.

Sobre a importância das jovens e mulheres na área STEM, Sandra Fazenda Almeida apontou que "a tecnologia está omnipresente" diariamente na vida das pessoas.

"A voz feminina, o olhar feminino ou de todos os géneros tem que estar presente porque influencia o nosso dia-a-dia", até porque "se pensarmos em vários exemplos, desde a medicina", esta se não for testada na mulher pode ter efeitos adversos do que tem no homem.

"Somos todos seres humanos, mas temos uma biologia diferente", referiu, além de que "ao nível daquilo que são perspetivas até que fomentam os motores de inteligência artificial [IA], também há muitos enviesamentos que são perpetuados porque não temos a perspetiva feminina", recordou.

Portanto, "é mesmo importante que nós, ao nível daquilo que é a investigação, e hoje é o Dia Mundial das Meninas e Raparigas na Ciência, possamos atrair e reter mais mulheres para a ciência, para a tecnologia, para que tenhamos maior representação", concluiu.

De acordo com a primeira edição anual do relatório em Portugal, detetou-se uma falta de iniciativas que tenham impacto na educação pré-escolar e básica.

Os estereótipos de género podem ter um impacto desde tenra idade, mas muitas vezes são abordados mais tarde.

Leia Também: Cimeira sobre IA conclui com apelo a tecnologia mais "aberta" e "ética"

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