Pedro Adão e Silva falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, numa audição no âmbito do requerimento do PCP e do Bloco Esquerda (BE) sobre a situação na Global Media Group (GMG).
"Não temos nenhuma experiência de ter um acionista hostil na Lusa", disse, advertindo, contudo, que existe "um risco", em alusão às participações de 23,36% do Global Media Group (GMG) e de 22,35% das Páginas Civilizadas.
Para Pedro Adão e Silva, "a partir do momento que há esta alteração na estrutura acionista" passa a haver "essa possibilidade", o que, diz, terá consequências para a alteração do contrato de prestação de serviços noticiosos celebrados entre a Lusa e o Estado, já que tem de "ser aprovado por unanimidade no Conselho de Administração da Lusa".
Ainda assim, o ministro da Cultura considerou "que não há motivos para preocupação" para os trabalhadores, porque "quem tem aportado sempre recursos à Lusa é sempre o Estado".
O governante com a tutela da comunicação social defendeu o processo de compra da Lusa pelo Estado, entretanto interrompido após a queda do governo, e uma alteração do modelo de governação da agência noticiosa.
O novo modelo incluía a disponibilização do acesso à Lusa gratuitamente para todos os meios de comunicação social, justificando que a assinatura da agência é um recurso "muito" significativo para muitos meios.
"Permitiria não apenas reduzir esses custos, mas também ter acesso a um conjunto de serviços que neste momento, grande parte dos órgãos de comunicação social, mesmo os internacionais, deixaram de subscrever para poupar", disse.
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