"É uma obrigação primária de qualquer empresa de pagar o salário dos seus trabalhadores e tenho muita dificuldade em compreender como é que um novo acionista que entra (...) a primeira coisa que faz é deixar de pagar salários", disse.
O governante com a tutela da comunicação social considerou que a situação no GMG gera "a maior das preocupações e também perplexidades" e recordou que o grupo pode recorrer ao fundo de garantia salarial.
Contudo, o ministro da Cultura defendeu que "o Estado tem de ter apoios transversais à comunicação social, e não apoios específicos para acorrer em situações particulares" em determinado momento.
"Isso não só seria sempre um instrumento difícil de gerir, como teria enormes consequências num princípio que é a total separação daquilo que são as escolhas editoriais em relação a qualquer tipo de tutela, política ou tutela acionista, mas porque também corresponderia a um desvirtuar do funcionamento do mercado em que estaríamos a premiar os infratores", argumentou.
Para Pedro Adão e Silva, o negócio dos media é "distinto dos outros", com várias consequências.
"Temos uma entidade reguladora e o que precisamos é que essa entidade reguladora seja atuante", disse.
Os trabalhadores do GMG estão hoje em greve, no mesmo dia em que termina o prazo de adesão às rescisões voluntárias, para mostrar repúdio pela intenção de despedir até 200 profissionais e pela defesa do jornalismo.
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