Panagiotis Fyssas ou, no mundo do futebol, Takis Fyssas. Ainda se lembra do defesa esquerdo grego que viveu em Portugal as maiores alegrias enquanto futebolista? Pois bem, já lá vão uns anos e, nesta altura, o antigo jogador do Benfica já ultrapassou a barreira dos 50.
Fyssas faz parte do lote de jogadores gregos que, no verão de 2004, veio a Portugal 'roubar' o título de campeão na primeira grande competição de seleções organizada pelo nosso país e que parecia destinada a por cá ficar.
O defesa esquerdo até já conhecia bem Portugal e o Estádio da Luz, depois de ter chegado ao Benfica no mercado de inverno da época 2003/04, oriundo do Panathinaikos, para reforçar a equipa então orientada pelo espanhol José António Camacho.
Fyssas estreou-se pelas águias a 11 de janeiro de 2004, na visita à União de Leiria, mas guardou o primeiro golo para... o Jamor. Em plena final da Taça de Portugal, frente ao FC Porto, de José Mourinho, o defesa grego foi até à área adversária bater Nuno Espírito Santo e levar o jogo para prolongamento, no qual Simão Sabrosa viria a marcar e confirmar a entrega da prova rainha para os encarnados.
O grego assumiria assim papel preponderante na conquista da Taça de Portugal, mas este acabaria por ser 'pequeno' face à magnitude do que aconteceria poucas semanas depois.
Em de junho de 2004, Fyssas fazia parte da seleção grega que surpreendeu a Europa e levou a melhor sobre Portugal na conquista do Europeu. O jogador do Benfica participou nos seis jogos dos helénicos em solo nacional e apenas não foi titular no terceiro jogo da fase de grupos. Na final, Fyssas festejou a conquista do Euro'2024 naquela que era a sua casa clubística: o Estádio da Luz.
Fyssas em pleno duelo com Cristiano Ronaldo no Euro'2004.
O nome de Fyssas está assim ligado ao futebol grego para sempre, mas a história no Benfica não se ficou pelo tal golo que seria decisivo na conquista da Taça de Portugal. Na época seguinte, o grego também ajudou as águias a voltarem a conquistar o título de campeão nacional, desta vez com o italiano Giovanni Trapattoni.
Apesar de perder o estatuto de titular indiscutível, o defesa esquerdo grego participou em 25 dos 51 jogos realizados pelos encarnados em 2004/05 e festejou o título de campeão português no final da época - que fugia do Benfica desde 1994.
Seguiu-se, então, o adeus a Lisboa, capital de boas memórias para Fyssas, que rumou até à Escócia por dois anos, onde vestiu a camisola do Hearts, antes de se despedir do futebol, como jogador, na Grécia regressando ao Panathinaikos. Isto, em 2007/08.
Desde então, Fyssas tem permanecido ligado ao futebol, tendo já assumido diversos papéis, alguns mais institucionais do que outros. Foi diretor para o futebol do Panathinaikos em 2014 e recentemente regressou para assumir o papel de embaixador e conselheiro. Ao mesmo tempo tem, ainda, um cargo de dirigente na seleção grega masculina.
Pelo meio, Fyssas vai participando em várias iniciativas de cariz solidário promovidas pela FIFA ou pela UEFA e recentemente foi anunciado como um dos responsáveis pela abertura de uma escola de futebol dos espanhóis do Valencia na Grécia.
Fyssas (à esquerda) em plena ação solidária da UEFA.
Além disso, Fyssas também vai marcando presença em alguns programas desportivos, nomeadamente quando o tema é o Campeonato da Europa, onde, claro está, tornou-se um especialista desde 2004. Já lá vão mais de 20 anos, mas o nome de Fyssas continuará na memória de grande parte dos benfiquistas, bem como de todos os portugueses que viram a Grécia 'estilhaçar' o sonho português.
Todas as semanas o Desporto ao Minuto apresenta-lhe uma nova edição da rubrica 'O que é feito de...?', que pretende recordar o percurso de algumas personalidades do mundo futebolístico que acabaram por cair no esquecimento.
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