Na carta, a UGT manifestou o seu apoio às medidas tomadas a nível nacional e europeu para fazer face à emergência da propagação do novo coronavírus e para controlar os impactos na saúde pública e na economia, e alertou para a situação dos trabalhadores.
"Não poderemos aceitar que os custos desta crise, que provavelmente será mais grave que a de 2008, recaiam sobretudo sobre os trabalhadores, nem poderemos aceitar o regresso da austeridade", disse.
Neste âmbito, a UGT instou o Governo português, no quadro do Eurogrupo, "a apoiar os 'corona bonds'" e pediu à Comissão Europeia que adie o calendário normal do Semestre Europeu.
A UGT informou ainda António Costa que subscreveu a Declaração dos Parceiros Sociais Europeus sobre a emergência da covid-19.
Nesta declaração, enviada às autoridades europeias, são pedidas medidas extraordinárias para salvar as empresas e salvaguardar o emprego.
A central sindical deu conhecimento da carta ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao ministro das Finanças, Mário Centeno, que é também presidente do Eurogrupo.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 450 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 20.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, há 43 mortes, mais 10 do que na véspera (+30,3%), e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira (+26,8%).
O país, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar, no distrito de Aveiro.