2020 foi um ano atípico. Este é o primeiro ponto. Há um ano, ninguém imaginava que uma pandemia viria transformar o mundo, a sociedade, as empresas e o contexto do trabalho. Foi um verdadeiro desafio, que fez descarrilar a economia e trouxe novamente o défice, quebrando a trajetória de recuperação dos anos anteriores.
Janeiro costuma ser um mês mais complicado do ponto de vista das finanças pessoais, depois dos 'excessos' associados ao Natal. Foi nesse mês que uma fuga de informação deu origem ao Luanda Leaks, um caso que correu o mundo e que colocou Isabel dos Santos na mira. Porém, o que despertou verdadeiramente interesse, por cá, foi a proposta para um salário mínimo europeu.
Seguiu-se fevereiro, um mês em que já se falava mais do novo coronavírus, mas ainda era uma realidade distante. Por esse motivo, a notícia que mais despertou atenção foi sobre os recibos verdes, porque os trabalhadores independentes quiseram saber até que limite de faturação não pagariam IVA.
Março foi o mês que marcou a 'entrada' da Covid-19 em território nacional. O país foi praticamente encerrado em meados de março e a economia portuguesa ficou, desde então, paralisada - uma situação que se prolongou até maio, altura em que foram levantadas algumas restrições. Em resposta à crise gerada pela pandemia, o Governo lançou o lay-off simplificado, um mecanismo com o objetivo de proteger o emprego. Por esse motivo, em março, o que os leitores mais quiseram saber foi quanto é que ganhavam os trabalhadores em lay-off.
Abril é, por norma, o mês do IRS, mas a pandemia este ano atrasou os reembolsos e, por isso, já lá vamos. Num mês em que a economia portuguesa esteve restrita aos serviços essenciais, por causa do confinamento, a peça sobre os novos sinais de trânsito foi a que despertou mais curiosidade por parte dos leitores do Notícias ao Minuto.
Com a economia a descarrilar, há sempre uma esperança. Foi por esse motivo que, em maio, a peça mais lida foi sobre a "oportunidade de ouro" que Portugal pode ter com a crise. Se ainda não leu este artigo, aproveite agora para o fazer. Trata-se de uma opinião do presidente do grupo José de Mello, Vasco de Mello. Ainda nesse mês, marcado pelo desconfinamento por fases, o aumento da circulação levou a que mais pessoas comprassem máscaras de proteção - uma caixa de 50 unidades custava 20 euros, na altura.
Há pouco falávamos dos reembolsos do IRS: se em anos anteriores o dinheiro demorava cerca de duas semanas a cair na conta, este ano a história foi outra. Os reembolsos começaram a chegar em junho, motivo pelo qual a peça mais lida neste mês está relacionada com a consulta do estado do reembolso, algo que pode sempre ser feito pelos contribuintes.
Em julho, foi anunciado um abono de família extra, o que num contexto de crise foi algo que despertou particular atenção dos portugueses. Nesta altura, abrandavam os casos diários da Covid-19 em Portugal, mas o Governo continuava a anunciar medidas para 'amortecer' o impacto da pandemia nas famílias.
Agosto foi um mês marcante, porque foi quando se registou um dia com zero mortes em Portugal, o que levou o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, a emocionar-se com este feito. Nesse mês, foram divulgadas as novas tabelas da ADSE, com novos preços, e isso foi o que verdadeiramente despertou o interesse dos portugueses.
Em setembro, altura em que já se falava da possibilidade de existir uma segunda vaga da Covid-19, o Governo anunciou uma medida que muito agradou aos leitores: um apoio para melhorar a eficiência energética das casas, comparticipando, por exemplo, a troca de janelas.
Com a entrada em outubro, vários setores foram acumulando perdas associadas à pandemia. Por esse motivo, o Governo anunciou o programa IVAucher. Na prática, as famílias terão de gastar uma média de 445 euros em restauração, alojamento e cultura para esgotar o plafond de 200 milhões de euros do IVAucher. Foi também nesse mês que o Orçamento do Estado para 2021 deu entrada no Parlamento, o primeiro do ministro de Estado e das Finanças, João Leão, que substituiu no cargo Mário Centeno, agora governador do Banco de Portugal. As novas regras para a inspeção dos carros também suscitaram interesse em outubro.
Em novembro, a segunda vaga da pandemia e o repentino aumento de casos da Covid-19 em Portugal, levou o Executivo de António Costa a 'apertar' as medidas de contenção da propagação do novo coronavírus. Com medidas mais restritas, nomeadamente ao nível dos horários de funcionamento dos estabelecimentos, destaque para a iniciativa do Pingo Doce de abrir às 6h30, que foi bastante polémica e que, entretanto, a cadeia de supermercados acabou por deixar cair.
Dezembro, último mês do ano, ficou marcado pelo plano de reestruturação da TAP - que muito deu que falar - e pelas restrições aos fins de semana nos concelhos de maior risco. Num ano em que o Natal foi diferente, por causa da pandemia, pedia-se "cuidado máximo". Ainda assim, os portugueses já estavam com um 'olho' em 2021 por quererem saber em quanto é que as novas tabelas de retenção vão fazer aumentar os salários.
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