Apesar da diminuição em relação à média de 2,95 milhões de barris de petróleo e gás natural extraídos por dia no terceiro trimestre do ano passado, a produção entre julho e setembro de 2021 cresceu 1,2% comparativamente ao segundo trimestre (2,80 milhões de barris por dia) deste ano, de acordo com o balanço operacional divulgado pela empresa na quarta-feira.
A redução da produção na comparação anual foi atribuída ao processo de desinvestimento realizado pela estatal, que é a maior empresa do Brasil, com a venda de algumas concessões de pouco interesse estratégico, mas nas quais ainda produzia volumes significativos.
A maioria das concessões vendidas explora petróleo em terra ou em águas rasas, áreas em que a produção caiu 28% em relação ao terceiro trimestre do ano passado.
O crescimento da produção entre o segundo e terceiro trimestres, por sua vez, foi atribuído à entrada em operação da plataforma marítima de exploração FPSO Carioca, instalada em Sépia, numa concessão que a empresa explora no pré-sal, um promissor horizonte de exploração em águas muito profundas na bacia de Santos.
De acordo com o balanço, a produção média da Petrobras nos primeiros nove meses do ano foi de 2,75 milhões de barris de petróleo e gás natural por dia, com uma redução de 3% frente aos primeiros nove meses de 2020 (2,84 milhões de barris diários).
Já a produção de petróleo no Brasil no terceiro trimestre foi de 2,27 milhões de barris por dia, um aumento de 1,9% em relação ao segundo trimestre deste ano e uma queda de 4% face ao mesmo período do ano passado.
Por outro lado, a produção média de gás natural no terceiro trimestre foi de 520 mil barris por dia, menos 1,5% do que no segundo semestre deste ano e menos 3,7% em relação a igual período do ano anterior.
Apesar da redução na produção de petróleo, as vendas de combustíveis da Petrobras cresceram significativamente no terceiro trimestre devido à elevada procura do mercado brasileiro, em plena recuperação económica após a crise provocada pela pandemia da covid-19.
A Petrobras vendeu em média 1,95 milhões de barris de combustível por dia no terceiro trimestre, num crescimento de 10,6% em relação ao segundo trimestre e de 10,5% face ao período homólogo do ano passado.
Para atender a alta procura, a companhia elevou o nível de utilização da capacidade das suas refinarias de 75% no segundo trimestre, para 85% no terceiro trimestre.
Isso permitiu produzir 1,93 milhões de barris diários de combustível nas refinarias, mais 11% do que no segundo trimestre e praticamente estável frente ao período homólogo de 2020.
As vendas de gasolina foram de 441 mil barris por dia no terceiro trimestre, ou mais 17,9% em relação ao mesmo período do ano passado e o maior nível desde dezembro de 2017.
Já as vendas de diesel atingiram 867 mil barris diários, um salto de 15,8% em relação ao terceiro trimestre de 2020 e o maior nível desde novembro de 2015.
Para atender à crescente procura interna por combustíveis, a Petrobras teve que aumentar as importações de diesel em 548%, para 175 mil barris por dia, e as importações de gasolina em 950%, para 42 mil barris diários.
A petrolífera, controlada pelo Estado, mas com ações negociadas nas bolsas de valores de São Paulo, Nova Iorque e Madrid, reconheceu na segunda-feira que não tem capacidade para atender à procura "atípica e elevada" de combustíveis em novembro, mas descartou que o país possa enfrentar uma crise de desabastecimento.
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