Motoristas e parceiros TVDE pela quinta vez em protesto reúnem-se com PSD
Motoristas e parceiros das plataformas TVDE voltaram hoje a sair para a rua em protesto para exigir mais fiscalização e uma taxa fixa nos serviços, tendo reunido com o PSD onde entregaram um caderno reivindicativo.
© Global Imagens
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O encontro foi marcado, uma vez mais, para as 09:30 no Estádio Nacional, no Jamor, em Oeiras, seguindo depois, em marcha lenta pela Marginal, 24 Julho e Av. Infante Santo, de onde depois partiu uma comitiva até à sede do PSD, na Lapa.
Em declarações à Lusa, Diogo Fernandes, um dos motoristas do movimento TVDE que esteve reunido com o secretário-geral adjunto do PSD Francisco Figueira, a quem entregou o caderno reivindicativo da alteração da Lei 45/2018 (que ficou conhecida como a Lei 'Uber') e o relatório de custos da atividade, revelou que a reunião "correu bem".
"Estivemos reunidos cerca de 45 minutos e o PSD mostrou abertura e ser conhecedor dos nossos protestos", explicou Diogo Fernandes.
Segundo o responsável, em causa estão quatro pontos fundamentais para os motoristas e parceiros TVDE, nomeadamente o "aumento do valor do quilómetro para 71 cêntimos líquidos", a "criação de uma exceção para as empresas TVDE, uma vez que as viaturas, por lei, só podem circular sete anos, havendo parceiros que vão continuar a pagar os carros além disso, tendo em conta os dois anos de pandemia".
O movimento apela ainda que possam saber "antes da aceitação do pedido todos os detalhes da viagem, como a morada de recolha, a morada de destino e o valor líquido da viagem, de forma a não percorrem, por vezes, 15 quilómetros, para uma viagem de 2,5 euros".
Como quarto ponto, o responsável refere a questão de os motoristas "conhecerem a razão dos bloqueios por parte das plataformas" e a necessidade de uma entidade em Portugal dar o apoio jurídico necessário quanto a esta questão.
Os motoristas e parceiros pretendem que o valor mínimo por quilómetro esteja regulamentado em Decreto-Lei, de forma a garantir que estão cobertos os custos mínimos da atividade.
Hoje foi a quinta quarta-feira consecutiva em que os motoristas e parceiros saíram à rua em protesto, em Lisboa.
Depois de se deslocarem, nos primeiros protestos, às sedes das plataformas, hoje os "cerca de 100 carros", segundo a organização, deslocaram-se à sede do PSD e do PS, tendo já abertura para uma reunião com o Livre, segundo Diogo Fernandes.
Na sede do Partido Socialista, no Rato, a comitiva foi recebida pelo secretário-geral adjunto, José Luís Carneiro, a quem entregou o caderno reivindicativo da alteração da Lei 45/2018 e o relatório de custos da atividade e que, de acordo com Diogo Fernandes, "manifestou a disponibilidade de uma reunião, mais concisa, na primeira ou segunda semana de março para falarmos sobre as nossas reivindicações".
"O secretário-geral fez questão, depois de reunir connosco numa sala, ir ao encontro dos restantes companheiros de luta que se encontravam no exterior dar uma palavra de apoio e dizer que vamos conversar e tentar resolver os problemas do setor", disse Diogo Fernandes.
Até ao momento, os representantes do movimento TVDE já se reuniram com o representante da Free Now em Portugal e já têm nova reunião agendada para o próximo mês.
Também a Bolt e a Uber têm reuniões agendadas, em 21 e 25 de fevereiro, respetivamente.
Em resposta escrita enviada à Lusa, fonte oficial da Free Now manifestou a sua solidariedade para com as revindicações dos motoristas "por melhores condições" e referiu que foram desenvolvidas "uma série de iniciativas com o intuito de estimular e elevar a fasquia global do setor".
"Podemos avançar que subimos a tarifa mínima por viagem, de 2,50 euros para 3 euros, e eliminámos tarifas 'low cost', ao contrário dos nossos concorrentes, no sentido de tentarmos mitigar a precariedade e as baixas remunerações associadas à carreira de motorista TVDE", indicou a empresa.
Fonte oficial da Uber em Portugal disse que a reunião "reforça o compromisso de ouvir constantemente os motoristas e parceiros para melhorar a sua experiência na aplicação".
"Sabemos que tanto motoristas como utilizadores valorizam um serviço fiável, seguro e que faça sentido do ponto de vista económico, e mantemo-nos empenhados em trabalhar para continuarmos a ser a aplicação de escolha de todos", salientou na nota enviada à Lusa.
Por seu turno, a Bolt disse também estar a "trabalhar diariamente para contribuir que o desenvolvimento deste mercado de forma eficiente e sustentável. Para nós, o principal objetivo é o bem-estar de todos os parceiros envolvidos que são, naturalmente, influenciados pela legislação".
"Neste tema, acompanhamos com o maior detalhe todos os desenvolvimentos, tendo como principal objetivo o de manter a Bolt como uma voz ativa em processos de avaliação da lei, procurando garantir um serviço com preços competitivos para o mercado e o maior lucro possível para os nossos parceiros", disse Nuno Inácio, responsável pelos serviços de Ride-Hailing da Bolt Portugal.
Atualmente, são três as operadoras a trabalhar no país: Uber, Bolt e Free Now, esta última criada a partir da MyTaxi (serviço de transporte em táxis através de uma aplicação de telemóvel) e que integra também os TVDE da antiga Kapten.
A lei n.º 45/2018 permitiu um período transitório de quatro meses de adaptação aos operadores de plataformas, sendo que os quatro que operavam então em Portugal -- Uber, Cabify, Taxify (agora Bolt) e Kapten (marca que começou a sua atividade em Portugal como Chauffeur Privé) -- ficaram todos legalizados.
[Notícia atualizada às 14h40]
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