O governo russo anunciou esta segunda-feira que iria banir as exportações de trigo para os países da antiga União Soviética, assim como de muitas exportações de açúcar, mas manterá as quotas de exportações para indivíduos e entidades privadas.
O objetivo da medida é reter a produção de cereais, prevendo a crise mundial provocada pela invasão na Ucrânia que se sentirá nos setores energéticos e alimentares - a Rússia é o maior produtor de trigo do mundo, competindo com a Ucrânia e a União Europeia.
A ordem assinada pelo primeiro-ministro Mikhail Mishustin impede importações de açúcar branco e bruto até dia 31 de agosto, e as importações de trigo, centeio, cevada e milho até ao dia 30 de junho, mas a vice-primeira ministra Viktoria Abramchenko, citada pela Reuters, esclareceu que as exportações dentro de licenças individuais serão permitidas.
As exportações para a União Europeia, Estados Unidos e muitos mais países estão impedidas no âmbito das sanções económicas impostas contra o regime de Vladimir Putin. Mas agora, muitas ex-repúblicas soviéticas que fazem fronteira com a Rússia ficam assim sem acesso a um importador de cereais essencial.
Além disso, estes países dentro da União Económica Eurasiática (da qual fazem parte a Arménia, a Bielorrússia, o Cazaquistão, o Quirguistão e a Rússia) beneficiavam de um sistema semelhante ao da União Europeia, que permitia a livre circulação de bens.
Os preços de cereais já começaram a subir no bloco europeu, como consequência da guerra e, em Portugal, o governo já anunciou medidas de apoio para famílias e negócios mais afetados pela crise energética e aumento exponencial dos preços dos combustíveis.
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