"São dados oficiais do INE [Instituto Nacional de Estatística]. Em volume, foi cerca de 14% e, em valor, cerca de 24%, o que implica um aumento do preço médio", disse Arlindo Cunha.
À agência Lusa, este responsável assumiu que foi "das regiões que mais cresceu em termos de exportação" e, atualmente, o Dão está "mais ou menos a atingir os níveis que tinha antes da covid-19".
"Ou seja, estamos num processo normal de recuperação. E, internamente, a certificação dos vinhos do Dão já ultrapassou os dados que tinha na pré-pandemia, no ano de 2019", avançou Arlindo Cunha.
O presidente da CVR disse ainda que "os vinhos do Dão são os que mais vende, percentualmente, para o chamado canal Horeca" (estabelecimentos hoteleiros, de restauração e similares) em Portugal.
"Porque os vinhos do Dão estão muito associados à gastronomia, vão muito bem com a comida e, portanto, é das regiões em que a percentagem dos vinhos que vai para o canal Horeca é maior e também por isso foi das que mais se ressentiu em 2020", justificou.
Agora, com as restrições da pandemia a abrandar um pouco por todo o mundo, reabertura de restaurantes e hotéis, Arlindo Cunha disse que está a dar-se a "retoma, não só no Dão, porque todas as regiões cresceram e o país cresceu" também.
"Mas nós tivemos um crescimento muito grande. Não haverá um fator novo, há sim uma tendência de crescimento da região do Dão, que tem mais de 10 anos, e que tem sido sistemática, com exceção do período de covid-19", defendeu.
Isto, porque, explicou, na última década a CVR do Dão tem feito "uma aposta muito grande" na promoção dos vinhos da região por todo o mundo e, por isso, este crescimento" é agora uma realidade.
"Gastamos cerca de metade do nosso orçamento para promoção, quer no mercado interno, quer no externo, ou seja, todos os anos gastamos perto de um milhão de euros na promoção", admitiu.
E a título de exemplo disse que, atualmente, e por duas semanas, o diretor executivo da CVR Dão, juntamente com alguns produtores, estão "duas semanas no Brasil, a participar num evento de vinhos de Portugal no Rio de Janeiro e em São Paulo".
"O vinho é dos setores mais internacionalizados da nossa economia e, se não andarmos a bater sempre os mercados e a dar a conhecer os nossos produtos, não temos sucesso", assumiu Arlindo Cunha, que disse que será uma estratégia a manter.
Entre os principais países que compram os vinhos do Dão estão os Estados Unidos da América (EUA), Brasil, Canadá, Suíça e China, e, depois, dentro da União Europeia, está a França, Alemanha, Bélgica e Luxemburgo.
"Nestes países estará, seguramente, 75% das exportações do Dão. São de longe os melhores mercados, apesar de a região exportar para 50 países. Mas estes são os mais importantes e os nossos importadores pagam por um bom vinho e os do Dão são reconhecidos, porque são vinhos muito elegantes", disse.
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