Banco de Moçambique mantém nos 15,25% taxa de juro de política monetária

O Comité de Política Monetária de Moçambique (CPMO) anunciou hoje em comunicado a manutenção da taxa de juro nos 15,25% e justificou a decisão com "as perspetivas de desaceleração da inflação para um dígito no médio prazo".

Notícia

© Lusa

Lusa
21/07/2022 19:09 ‧ 21/07/2022 por Lusa

Economia

Moçambique

A taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, subiu dois pontos percentuais para 15,25% na reunião do CPMO de 30 de março passado.

As "perspetivas de desaceleração da inflação para um dígito no médio prazo" resultam "do abrandamento da procura externa e consequente desaceleração dos preços internacionais das mercadorias, num contexto de manutenção da estabilidade cambial", lê-se no comunicado do CPMO do Banco de Moçambique.

No entanto, em caso de agravamento dos riscos e incertezas associados às projeções de inflação, o CPMO não hesitará em aumentar a taxa MIMO para assegurar, no médio prazo, a inflação em um dígito", assegura-se no comunicado.

No curto prazo, prevê o CPMO, "antecipa-se a continuação do aumento dos preços, a refletir a repassagem dos elevados custos do petróleo e de alimentos no mercado internacional, para a economia doméstica".

"As perspetivas de inflação apontam para uma contínua aceleração no curto prazo e uma desaceleração no médio prazo", destaca o comunicado, salientando que em junho, a inflação anual acelerou para 10,8%, contra 9,3% em maio.

Esta aceleração refletiu "sobretudo, o aumento dos preços dos bens administrados, com destaque para os combustíveis e transportes".

"A inflação subjacente, que exclui os preços dos bens e serviços administrados e das frutas e vegetais, e que é influenciada pela política monetária, acelerou ligeiramente, a traduzir, essencialmente, a repassagem do aumento dos preços administrados para os de outros bens e serviços", acrescenta.

No médio prazo, o CPMO antevê a manutenção da inflação em um dígito, uma situação favorecida pela estabilidade da moeda moçambicana, o metical, e "pelo refreamento dos preços internacionais das mercadorias, em consequência do abrandamento da procura externa".

Todavia, alerta, "os riscos e incertezas associados às projeções de inflação continuam elevados".

"A nível interno, prevalecem incertezas em relação ao ajustamento dos preços dos bens administrados, com realce para os combustíveis e a magnitude do seu impacto sobre os preços de outros bens e serviços. A nível externo, mantêm-se as incertezas em relação ao prolongamento do conflito geopolítico entre a Rússia e a Ucrânia", destaca.

O CPMO mantém as perspetivas anteriores quanto à recuperação económica em 2022 e 2023, apesar do abrandamento da procura externa.

"Para o curto e médio prazo, mantêm-se as perspetivas de recuperação económica, sustentadas, principalmente, pela execução dos projetos energéticos em Inhambane e na bacia do Rovuma, e pelo início da exportação do gás liquefeito, num contexto de retoma do programa com o Fundo Monetário Internacional e de ajuda externa de outros parceiros de cooperação", adianta.

A próxima reunião ordinária do CPMO está agendada para o dia 15 de setembro.

Leia Também: Banco Central da África do Sul aumenta taxa de juro de referência

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas