Estes "ainda não são momentos difíceis", mas "muito, muito desafiantes"

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, disse hoje aos alunos do ISEG que os momentos que atualmente se vivem "ainda não são momentos difíceis", mas "muito, muito desafiantes", e defendeu que a vitória requer "enorme esforço".

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Lusa
14/09/2022 11:46 ‧ 14/09/2022 por Lusa

Economia

Centeno

 

Mário Centeno, que foi aluno e é professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), falava na instituição no dia em que arranca a receção aos novos estudantes num evento que contou também com a presença da presidente executiva da Altice, Ana Figueiredo.

"É usual dizer-se nos dias que correm que nós estamos a enfrentar muitos desafios, o que é absolutamente verdade. Eu, nas minhas funções atuais, gosto de separar muito claramente o que são desafios e o que são dificuldades", afirmou Mário Centeno aos alunos.

"Estes não são momentos difíceis, ainda não são momentos difíceis, são momentos muito, muito desafiantes", considerou o antigo ministro das Finanças, recordando que há uma guerra na Europa, "ainda que às vezes não pareça que ela está tão perto".

Mário Centeno apontou ainda a batalha das alterações climáticas que "obriga a mudar de comportamentos" e que todos devem estar abertos para o fazer.

"Tudo isto está, acreditem, no centro da economia, no centro da gestão, no centro das finanças", referiu o governador do banco central português, sublinhando que estes desafios "só se vencem com esforço".

A vitória "destas batalhas (...) requer um enorme esforço" da parte de todos e "são desafios que vamos vencer", rematou Mário Centeno.

Entretanto, questionado por um aluno sobre a importância do desporto no sucesso, Mário Centeno salientou que o desporto dá a "conhecer a noção mais perfeita do que é o trabalho coletivo, o esforço conjunto".

Deu como exemplo o râguebi, desporto que praticou, que na sua opinião "é, talvez, de todos os desportos, aquele que mais se aproxima da descrição desta noção de trabalho coletivo".

Mário Centeno considerou que a bola de râguebi é um objeto que descreve o euro e explicou: "O euro aproxima-se muito de uma bola de râguebi por três razões: a primeira é porque é difícil de manejar, tem um formato difícil de ser trabalhado, o euro é a mesma coisa".

Ou seja, prosseguiu, "é muito difícil gerir muitos países da área do euro".

A segunda semelhança é porque "no râguebi todos temos de avançar ao mesmo tempo no campo, a equipa não pode deixar ninguém para trás" e no "euro é a mesma coisa", apontou.

A terceira razão é que quando numa equipa de râguebi há uma expulsão ou uma sanção, "leva alguém temporariamente ou de forma definitiva a sair do campo, a equipa de râguebi, sendo 15 jogadores, sofre mais do em qualquer outro desporto", argumentou.

E no euro "é exatamente a mesma coisa, não podemos permitir que nenhum país da área do euro saia do euro porque o euro não vai funcionar nem funcionaria da mesma forma se tivéssemos algum país suspenso ou fora", salientou.

Leia Também: Comissário europeu quer meta de 30% de lítio com origem na UE até 2030

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