"Os trabalhadores, desde junho do corrente ano têm aguardado pelas promessas no cumprimento e regularização do pagamento da retribuição mensal por parte da concessionária NewRail, empresa que mensalmente recebe da CP uma compensação de 410 mil euros mensais para fazer face aos custos da operação referente a salários, estimado em 130 mil euros mensais, até dezembro de 2023", disse o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul.
Em declarações à Lusa, Luís Trindade, do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul, disse que a situação destes trabalhadores "não está ainda completamente resolvida".
"Uma das questões mais urgentes destes trabalhadores é que, em relação aos créditos dos salários que estavam em atraso, esta empresa ainda não fez o que deveria em termos de Segurança Social", referiu.
No comunicado, o sindicato disse que "os trabalhadores também exigem que a empresa concessionária aplique e cumpra o Acordo de Empresa (AE) em vigor", destacando que "a aplicação do AE é da maior importância para a vida profissional dos trabalhadores, como exemplo, o direito a ter alimentação em espécie em viagem, porque de outra forma não têm como alimentarem-se, cumprindo horários e as obrigações profissionais no local de trabalho, entre outros".
Segundo a estrutura sindical, "apesar das diversas tentativas de diálogo e entendimento com a NewRail não restou outra alternativa aos trabalhadores" o que os "levou a marcarem um dia de greve" para dia 22 de setembro, com concentração na estação de Santa Apolónia, em Lisboa, "na esperança de ter os seus postos de trabalho garantidos, após dia 31 de dezembro de 2023 com a integração nos quadros da CP e o pagamento das retribuições dos meses anteriores regularizadas, pela concessionaria NewRail".
A CP - Comboios de Portugal anunciou em maio que o novo operador dos bares dos comboios de longo curso já tinha regularizado os salários dos trabalhadores, tendo o serviço sido retomado nessa altura, depois de um longo impasse.
Os trabalhadores dos bares dos comboios estavam, até essa altura, sem receber salários há vários meses, depois de a anterior concessionária ter enfrentado problemas que levaram à suspensão do serviço.
Estes profissionais levaram a cabo uma greve de meses e vários protestos para a resolução da situação, que começou a desenhar-se depois de a CP ter avançado com a resolução do anterior contrato.
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