"Numa economia que não cresce há um ano e meio é difícil garantir que esta dinâmica não se refletirá no mercado de trabalho", disse Mário Centeno na intervenção de abertura do Fórum Banca, organizado pelo Jornal Económico em Lisboa, elogiando a "resiliência" do emprego que para já se tem verificado.
Ainda assim, segundo o ex-ministro das Finanças (do Governo PS, de António Costa) "todos os cuidados são poucos", pedindo cautela quer no aumento dos salários quer na margem de lucro das empresas (uma ideia que tem vindo a repetir nas suas intervenções públicas).
Para Centeno, até agora o mercado de trabalho é que tem sido o suporte da recuperação económica e o que tem evitado a 'estagflação' (expressão económica que designa um cenário em que se combinam inflação elevada, crescimento nulo e aumento do desemprego) é "o facto de a taxa de desemprego se manter abaixa" pelo que é preciso garantir que assim permaneça.
A taxa de desemprego manteve-se em 6,6% em dezembro de 2023, igual à do mês anterior e abaixo dos 6,7% do mesmo mês de 2022, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Já o número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou em dezembro de 2023 pelo sexto mês consecutivo, subindo 3,5% em termos homólogos e 1,7% em cadeia, para 317.659, segundo dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
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