Exportações do setor metalúrgico retomam crescimento e sobem 11,5%
As exportações portuguesas de metalurgia e metalomecânica aumentaram 11,5% em abril, para 2.107 milhões de euros, registando o "oitavo melhor mês de sempre" e interrompendo as variações homólogas dos últimos meses, anunciou hoje a associação setorial.
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"Tratou-se do oitavo melhor mês de sempre, refletindo um crescimento de 11,5% face ao período homólogo, e pondo termo às variações homólogas negativas que vinham a verificar-se nos últimos meses", destaca a Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) em comunicado.
Segundo refere, depois de o mês de março já ter revelado "uma ligeira tendência de crescimento em cadeia", em abril "essa tendência acentuou-se com um crescimento de 1,9% face ao mês anterior".
Em termos acumulados, o valor total das exportações do setor até abril ficou cerca de 2,6% abaixo do mesmo período de 2023, com a AIMMAP a recorda que, nos primeiros quatro meses do ano passado, foram registados "alguns dos melhores números de sempre nas exportações do Metal Portugal".
"Naquela altura, 2023 apresentava um crescimento de 15,5% em relação a 2022, refletindo uma performance extraordinária devido ao período de recuperação económica face às adversidades acumuladas desde 2019", salienta.
Para a associação, o registo alcançado em abril de 2024 "é notável, confirmando e consolidando a trajetória de crescimento e dinamismo do setor metalúrgico e metalomecânico" num ano em que o setor "continua a enfrentar um contexto particularmente desafiador, marcado pela incerteza quanto à evolução da conjuntura política e económica mundial, especialmente devido à situação de guerra na Ucrânia e na Faixa de Gaza".
Ainda destacado pela AIMMAP é o facto de também em Portugal se ter vivido recentemente "uma crise política interna", e de a nível europeu - mercado que absorveu 77% das exportações do Metal Portugal em abril - os primeiros cinco meses do ano terem sido "agitados pela campanha para as eleições europeias".
Citado no comunicado, o vice-presidente executivo da AIMMAP sublinha que "as exportações são a única variável que continua a alimentar o crescimento do PIB [Produto Interno Bruto]", sendo por isso "fundamental que o Governo reconheça a importância do Metal Portugal para o país, assim como da indústria transformadora em geral".
"Os responsáveis políticos precisam de conceber uma estratégia sustentável para o futuro de Portugal, e o primeiro passo passa por reconhecer a redução do IRC como fundamental e prioritária", afirma Rafael Campos Pereira, sustentando que "não faltam estudos nem evidências de que uma diminuição do IRC resulta num aumento do PIB no curto prazo e fortalece a competitividade da economia portuguesa, possibilitando, em simultâneo um aumento dos salários".
O dirigente associativo lamenta ainda que "a fraca execução do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] acumule com a má opção política que afetou dois terços do valor previsto no PRR português para o financiamento de despesa pública corrente e com a realização de investimentos públicos adiados".
Na sua opinião, o Governo "negligenciou, assim, a economia privada" e seguiu "um caminho diametralmente oposto ao observado na maioria dos outros Estados-membros".
"É imperativo que o Governo atual tenha consciência do que se passa, reconheça que os números apresentados pelo governo anterior não são precisos e compreenda que as estruturas continuam a não dar resposta às dúvidas e preocupações das empresas, devido ao excesso de burocracia e falta de coragem. É fundamental que perceba que, se nada for feito, os números finais da execução do PRR serão catastróficos", remata.
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