Exportação cabo-verdiana de peixe enlatado aumenta 17%

A exportação cabo-verdiana de peixe enlatado aumentou 17% nos primeiros quatro meses deste ano, comparando com o mesmo período de 2023, segundo dados do banco central, consultados hoje pela Lusa.  

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Lusa
21/06/2024 08:21 ‧ 21/06/2024 por Lusa

Economia

Cabo Verde

Com as contas da primeira terça parte do ano fechadas, o total de peixe enlatado exportado por Cabo Verde chegou a cerca de dois mil milhões de escudos (18 milhões de euros).  

Os dados da exportação têm grandes oscilações no período: o valor mais baixo foi de 86,4 milhões de escudos (785 mil euros) em janeiro e o mais alto foi quase 11 vezes maior, chegando a 947,1 milhões de escudos (8,6 milhões de euros) em março.  

O peixe enlatado (atum, melva, cavala e sarda) representa 75% das exportações de mercadorias de Cabo Verde e vai quase todo para Espanha, país de origem dos grupos privados que têm as principais unidades de processamento e conservas do arquipélago.  

Uma delas (Atunlo) está parada desde fevereiro, entrou em falência em Espanha e o sindicato do setor em Cabo Verde não tem informações sobre o futuro dos 210 trabalhadores da fábrica, na ilha de São Vicente.  

A produção de enlatados depende de peixe capturado fora de Cabo Verde, mas que está autorizado a beneficiar das mesmas isenções aduaneiras para entrar na Europa, como se fosse do arquipélago, graças a uma derrogação de regras concedida pela União Europeia (UE).

A exportação de mercadorias representa apenas um décimo daquilo que Cabo Verde exporta em serviços (sobretudo ligados ao turismo), ou seja, o setor terciário, motor da economia do arquipélago.  

Ainda assim, as atividades ligadas à exportação de bens têm importância ao nível do emprego que geram junto de várias comunidades do arquipélago. 

Os dados do primeiro quadrimestre de 2024 mostram ainda tendências distintas nos outros dois setores com alguma relevância na venda de bens para o exterior, depois dos produtos do mar.  

O valor do vestuário exportado, produzido em confeções de Cabo Verde, cresceu quase 12% no primeiro quadrimestre para 215 milhões de escudos (1,95 milhões de euros), face ao mesmo período de 2023.  

Já o valor da exportação de calçado caiu perto de 21% para 88 milhões de escudos (800 mil euros).  

Vestuário e calçado valem, respetivamente, 12% e 7% do valor das exportações totais de mercadorias.  

Ao nível das trocas de mercadorias com o resto do mundo, Cabo Verde é um país importador (sobretudo da Europa): o valor das importações é cerca de 12 vezes superior ao dos produtos exportados.  

É a venda para o exterior de serviços ligados ao turismo, bem como o contributo de remessas de emigrantes e outros rendimentos, que permite equilibrar a balança corrente a favor do arquipélago, tendo atingido um saldo positivo de 3,7 mil milhões de escudos (33,64 milhões de euros) no primeiro trimestre deste ano.  

Leia Também: Portugal e Cabo Verde avaliam cooperação e o que fazer "ainda melhor"

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