Mama Shelter Lisboa espera receitas de 10 milhões de euros este ano
A diretora-geral do Mama Shelter Lisboa espera um aumento das receitas totais para 10 milhões de euros este ano, objetivo que já vai a meio, enquanto se trabalha no reforço da atividade no turismo de lazer, reuniões e congressos.
© Mama Shelter Lisboa
Economia Mama Shelter Lisboa
Em declarações à Lusa, Cristina Cavaco admite que o primeiro trimestre de 2014 "foi um pouco mais desafiante", mas que maio e junho, "foram muito fortes", não só pelas atuações da cantora Taylor Swift em Portugal - "evento que realmente teve um impacto em maio -, mas também a ver com a otimização da operação" do hotel, nomeadamente reabertura do 'rooftop', restaurante e dos "dois 'ateliers' que permite atualmente ter uma quota parte do MICE [turismo de reuniões, incentivos, conferências e exposições] ".
E assim, a responsável diz que o balanço do primeiro semestre é "bastante positivo".
"Estamos a cumprir com os nossos objetivos, tanto a nível financeiro, como de qualidade. Temos 10 milhões de euros para faturar até ao final do ano. Estamos a bom caminho, digamos que praticamente 50% disso já foi atingido e temos agora mais metade do ano", acrescentou Cristina Cavaco.
Em 2022, o Mama Shelter Lisboa, do Grupo Accor, obteve um volume de negócios de 7,5 milhões de euros e em 2023 de cerca de 9,7 milhões, a beneficiar não só do aumento da taxa de ocupação, mas também do preço médio, tendência sentida em todo o setor. Este ano, a diretora-geral do hotel diz que a situação se mantém, quantificado em mais 2% de ocupação face ao ano passado e de mais três euros por preço médio.
Agora no verão, a atividade é "completamente diferente, um pouco mais virada para o turista, situação que já se sente nas presenças no 'rooftop' [terraço]: muito mais clientes, digamos, europeus, e dos Estados Unidos".
Questionada pelas nacionalidades principais dos clientes do Mama Shelter, juntando alojamento e restauração/bebidas (Food&Beverage, F&B), Cristina Cavaco diz que são, para além de portugueses, sobretudo, de França, Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha.
Um dos objetivos da empresa "continua a ser diversificar mais a atual segmentação, de forma a não depender tanto do mercado europeu que, obviamente, por proximidade está sempre no top 5, mas trabalhar naqueles nichos como o mercado americano, ou o brasileiro, outro que queremos potencializar", turistas que gastam, que viajam e em que a estadia média é mais longa, lembra.
O Mama Shelter continua a ser um hotel em que a maior percentagem de faturação está no F&B, mas "mais equilibrada" com o alojamento. "Está mais ou menos em 55% F&B e 45% alojamento. No ano de abertura era mais evidente no F&B (60%-40%), mas continua ainda a haver um grande foco no F&B porque é realmente um hotel 'muito especial'", diz.
"Estando ainda no terceiro ano de operação, continuamos a trabalhar num programa muito dinâmico de entretenimento, com eventos, com uma estratégia de social media e de RP [relações públicas] muito agressiva, no bom sentido. Conseguimos permanecer relevantes. Estamos a trabalhar nessa sustentabilidade, de estar sempre no 'Top3', seja do 'rooftop', restaurante ou hotel", referiu a diretora-geral.
"Foi no seguimento desta estratégia de inovação, de criatividade, do Mama Shelter ser uma marca um pouco 'fora da caixa' que, associada ao 'merchandising' que já existe, fomos o primeiro Mama a lançar a própria linha de roupa. Isso é bastante importante porque nunca foi feito. Não é normal um hotel lançar uma linha de roupa e tem sido bastante positivo (...). Tem mostrado um crescimento bastante engraçado para o hotel, à volta de 3% de crescimento de receitas de loja e agora estamos a afinar", adiantou.
Mas esta não é a única estratégia de expansão que a equipa do Mama Shelter quer ver crescer. Há projetos novos para 2025.
"Tendo em conta o que somos hoje e o que queremos fazer amanhã, estamos a pensar como podemos melhorar a qualidade e nesse sentido temos dois projetos": a cobertura total do 'rooftop', de forma a operar durante 12 meses e o reforço da aposta no MICE, tal como tinham antecipado em 2023.
No caso do terraço, o objetivo é que "a partir do final do primeiro trimestre de 2025", este deixe de ser um negócio sazonal - atualmente operam de abril a outubro -, e na parte das reuniões e eventos a gestão deixou cair a ideia de comprar um espaço fora do hotel, ainda que circundante, e avançar para a construção de um espaço próprio no hotel para 100 pessoas.
O Mama Shelter conta com "120 colaboradores" de 13 nacionalidades (entre eles, brasileiros, colombianos, italianos, espanhóis, chilenos, guineenses, franceses), sendo "à volta de 60% da equipa, incluindo chefias, praticamente a mesma desde que o hotel abriu".
Cristina Cavaco diz que as maiores entradas e saídas são para a parte do restaurante, segmento para onde "é mais difícil encontrar talento, leva mais tempo". Acrescenta, no entanto, que a empresa é "muito exigente no tipo de perfil" que pretende, não sendo "tanto pelas habilitações, mas pela atitude", já que as competências técnicas podem ser ensinadas.
Já a multiculturalidade, refere, aporta benefícios, é uma mais-valia.
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