Num documento de trabalho hoje divulgado no quadro do Semestre Europeu de coordenação e vigilância das políticas económicas, Bruxelas aponta que a economia irlandesa cresceu, surpreendentemente, acima dos 4,5% em 2014 e deverá voltar a registar crescimentos acima dos 3,5% em 2015 e 2016, o que valeu a Dublin reconquistar a confiança dos mercados logo depois de concluir o seu programa de ajustamento (dezembro de 2013).
No entanto, adverte a Comissão, os valores da dívida, sobretudo privada, embora tenham descido um pouco, continuam elevados e significativamente acima da média da UE, o acesso das pequenas e médias empresas ao financiamento continua demasiado dependente dos empréstimos dos bancos, as condições do mercado de trabalho são ainda débeis, e permanecem fraquezas na rede industrial do país.
Deste modo, no quadro da categorização que leva a cabo à luz da análise de desequilíbrios macroeconómicos, a Comissão mantém a Irlanda na categoria 4 - de uma escala de 1 (nenhum desequilíbrio) a 6 (a mais grave) -, como um país com "desequilíbrios, que requerem ação política decidida e monitorização específica".
Bruxelas diz acreditar que o plano de investimentos concebido pela Comissão Juncker dará à Irlanda "oportunidades adicionais" de dinamizar a sua economia, embora tal dependa de vários fatores, como a participação do setor privado.