Maria Luís Albuquerque é a nova contratação da empresa britânica de gestão de dívida Arrow Global. A ex-ministra das Finanças vai assumir o cargo de diretora não-executiva e chefe de operações no Reino Unido a partir da próxima segunda-feira.
Ao Notícias ao Minuto, a entidade empregadora explicou que o trabalho, desempenhado em part-time, não implica a saída da deputada do Parlamento português.
No portfólio de clientes da empresa encontra-se o Banif, o que levou vários elementos da Esquerda parlamentar a questionar o papel da antiga governante no que ao caso Banif diz respeito.
Questões de conflito de interesses colocaram-se, portanto, com a ex-ministra a reagir dizendo que “a função de administradora não executiva não tem nenhuma incompatibilidade ou impedimento legal pelo facto de ter sido ministra de Estado e das Finanças e de ser deputada. Qualquer outra leitura que possa ser feita desta nomeação só pode ser entendida como mero aproveitamento político-partidário”.
À Esquerda parece, contudo, não haver o mesmo entendimento. Ainda ontem o líder parlamentar do PS defendeu que a Assembleia da República, através da subcomissão de ética, avaliasse a contratação de Maria Luís Albuquerque pela Arrow Global. O mesmo pedido foi deito por Catarina Martins, do Bloco de Esquerda.
Carlos César sugeriu ainda que esta situação é “no mínimo embaraçosa para a política”, tese reforçada por Jorge Machado. O deputado do PCP considera que a contratação de Albuquerque “viola o estatuto dos deputados” e “levanta sérias dúvidas”.
Também Manuela Ferreira Leite usou o seu espaço de comentário semanal para criticar Maria Luís Albuquerque, que, acredita, “não conhece a legislação” em relação às limitações depois da saída do cargo de governante.
“Pôs-se mais do que a jeito, pôs-se em frente a eles a dizer 'deem-me lá pancada porque estão cheios de razão”, atirou a antiga líder do PSD.