Pierre Moscovici parece ter-se tornado um fã incondicional da receita do Governo de António Costa para a economia portuguesa. De visita a Portugal para reuniões de trabalho com o líder do Governo e com as duas figuras máximas do Banco de Portugal, o Secretário Europeu assumiu-se "impressionado" com os resultados orçamentais portugueses: "O progresso feito por Portugal é impressionante".
"Eu sou otimista e estou impressionado. Acho que as mensagens apresentadas nos últimos meses e anos têm sido muito fortes. A economia portuguesa está agora de facto numa situação muito sólida e num crescimento muito forte. A redução do défice devido aos esforços bastante significativos do povo português estão a gora a produzir resultados e estes esforços têm de ser continuados", garantiu Pierre Moscovici em declarações à imprensa na Representação da Comissão Europeia em Lisboa.
"A situação económica melhorou de forma impressionante e o crescimento será provavelmente acima de 2,5% do PIB e isto é muito sólido. O desafio é transformar esta recuperação em crescimento sustentável."
"Eu creio que isto é possível, porque há fatores estruturais que vão manter este crescimento", explica o Secretário Europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, antes de lembrar "a quantidade e a qualidade das exportações", o enorme aumento do turismo em todas as épocas do ano e o "regresso do investimento estrangeiro".
"Há um ano, alguns pensavam em multar Portugal e Espanha ou cortar os fundos estruturais, o que teria sido louco, olhando agora para a situação em Portugal e Espanha. Fomos inteligentes, fomos flexíveis, dialogámos e estamos convencidos que foi a melhor solução."
Apesar dos elogios, Pierre Moscovici alerta que "há necessidade não só de continuar com a diminuição do défice nominal, mas também continuar a consolidação do défice estrutural que tem de ser reduzido, porque é esse o caminho" e continua a identificar o desemprego como um problema a resolver.
Sobre o problema do crédito malparado, o Secretário Europeu disse que o tema não foi debatido com Carlos Costa e Elisa Ferreira na reunião desta terça-feira, mas deixou ainda assim um elogio a Portugal: "O que eu diria é que o rácio de rédito malparado está a diminuir e isso é uma boa notícia. Estamos neste momento no bom caminho".
[Notícia atualizada às 11h30]