A SIC Notícias avança esta terça-feira que Paulo Azevedo, presidente do Conselho de Administração do grupo Sonae, é alvo de uma queixa-crime por parte da Meo. O recurso aos tribunais surge no seguimento de declarações polémicas do filho de Belmiro Azevedo sobre o negócio de compra da Media Capital pela Altice, a dona da Meo.
No dia 20 de outubro, a Agência Lusa contactou Paulo Azevedo para saber a opinião do gestor sobre o processo de compra da Media Capital e mais especificamente, sobre a posição assumida por Carlos Magno, o presidente da ERC. As críticas a Magno foram duras e transformaram-se num ataque ao próprio negócio: "Acredito que esta não decisão carece de sustentação legal, mas sinto o dever de dizer bem alto que estamos a assistir a uma tentativa de deixar passar uma operação que provocará um grave e perigoso enfraquecimento da resiliência e qualidade da nossa sociedade".
A concretização do negócio "criará as condições para que daqui a 10 anos possamos estar todos indignados com a descoberta de uma 'Operação Marquês' 10 vezes maior", prosseguiu o presidente do Conselho de Administração da Sonae, na resposta escrita à Lusa.
Num comunicado enviado esta manhã para as redações, o grupo Altice salienta que "não aceitará que terceiros façam declarações ou insinuações difamatórias relativamente a si ou à sua relação com reguladores, independentemente da posição ou poder desses terceiros".
"Responsabilizaremos, como é nosso dever, quem fizer afirmações relativamente à Altice que possam, ilegitimamente, afetar os nossos negócios e a nossa reputação. (...) Sem prejuízo de a substância das declarações vir a ser objeto dos procedimentos legais adequados, é claro que as declarações do engenheiro Paulo Azevedo são o culminar de uma campanha pública orquestrada contra a Meo, incluindo pressões indevidas sobre os reguladores."
"Esta campanha apenas serve o interesse dos concorrentes da Meo, os quais têm vastos recursos financeiros e estão presentes num número significativo de setores económicos, procurando diminuir o procedimento regulatório em curso. É fundamental que tal campanha não impeça um procedimento regulatório justo e transparente", pode ainda ler-se no comunicado.
O Economia ao Minuto contactou a Altice para obter mais esclarecimentos, mas até agora não foi possível obter resposta oficial.
[Notícia atualizada às 12h55]