Cinco sinais de alarme indicadores de comportamento suicida

O comportamento suicida normalmente surge como consequência de uma doença psiquiátrica não tratada, como é o caso da depressão severa, síndrome do stress pós-traumático ou esquizofrenia, por exemplo.

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Liliana Lopes Monteiro
30/10/2019 14:00 ‧ 30/10/2019 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Saúde mental

Portugal está acima da média global de suicídios, apresentando uma taxa de 13,7 por cem mil habitantes em 2015, face a uma taxa mundial de 10,7, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Anualmente cerca de 800 mil pessoas decidem acabar com a própria vida, o que equivale a uma pessoa a cada quarenta segundos, de acordo com a OMS.

“O suicídio é a segunda principal causa de morte entre os 15 e os 29 anos, globalmente”, diz a OMS.

A OMS diz também que a Europa foi a região do mundo com a mais alta taxa de suicídio (14,1 por cada cem mil habitantes).

Já no continente europeu, Portugal está ligeiramente abaixo da média europeia mas acima da média global, tendo registado, em 2015, uma taxa de 13,7 mortes por suicídio por cada cem mil habitantes, o que significa, tendo em conta os cerca de dez milhões de habitantes, que cerca de 1.370 pessoas ter-se-ão suicidado.

O que pode fazer

Se acha que um ente querido está em risco de suicídio, deve ter em atenção a vários tipos de comportamento.

Existem vários sinais de aviso que podem indicar que alguém está a considerar acabar com a própria vida. Todavia, é vital ter em atenção que nem todos os sinais são óbvios.

Enquanto em alguns indivíduos esses sinais são obviamente visíveis através de manifestações de dor, isolamento e depressão, outros podem continuar a sua vida normalmente e fingir que está tudo bem.

Esteja atento a mudanças subtis na personalidade de amigos e familiares, especialmente se sabe que estão a passar por algum tipo de dificuldade, alerta a OMS.

Cinco sinais de alarme de comportamento suicida aos quais deve estar atento:

1. Mostrar tristeza excessiva e isolamento

Estar frequentemente triste e sem vontade para participar em atividades com os amigos ou fazer o que se fazia antigamente são alguns sintomas de depressão, que, quando não tratada, é uma das principais causas de suicídio. 

Normalmente, a pessoa não consegue identificar que está com depressão e acha apenas que não está a ser capaz de lidar com os outros ou com o trabalho, o que, ao longo do tempo, acaba por deixar o doente desanimado e sem vontade para viver.

2. Alterações no comportamento ou na aparência

Uma pessoa com ideias suicidas pode comportar-se de forma diferente do habitual. Pode falar de outra forma, deixando de conseguir entender o sentido de humor de uma conversa ou, até, participando em atividades de risco, como utilizar drogas, ter contacto íntimo desprotegido ou conduzir a alta velocidade. 

Além disso, como na maioria das vezes já não existe interesse pela vida, é comum que se deixe de dar atenção para a forma como se veste ou até à higiene pessoal, vestindo roupa velha, suja ou deixando crescer o cabelo e a barba.

3. Tratar de assuntos pendentes

Quando alguém está a pensar em cometer suicídio é comum dedicar-se à realização de determinadas tarefas para tentar organizar a sua vida e terminar assuntos pendentes, como faria se fosse fazer uma viagem prolongada ou viver para outro país. Alguns exemplos são visitar familiares que já não vê há muito tempo, fazer um testamento, pagar pequenas dívidas ou oferecer vários objetos pessoais.

4. Demonstrar calma repentina

Demonstrar um comportamento calmo e despreocupado depois de um período de grande tristeza, depressão ou ansiedade, pode ser um sinal de que a pessoa está a pensar em tirar a própria vida. O comportamento para muitos paradoxal ocorre porque a pessoa pensa ter encontrado a solução para o seu problema, deixando de se sentir tão preocupada, e dessa forma sentindo-se inclusivamente 'feliz'.

Muitas vezes, estes períodos de calma podem ser interpretados pelos familiares como a fase de recuperação da depressão e, por isso, podem ser difíceis de identificar, devendo ser sempre avaliados por um psicólogo ou psiquiatra. 

5. Fazer ameaças de suicídio

A maioria dos indivíduos que pensam em cometer suicídio irão informar um amigo ou familiar das suas intenções. Embora esse comportamento, muitas vezes, seja visto como uma forma de chamar a atenção, jamais deve ser ignorado, especialmente se a pessoa está a viver uma fase de depressão ou de grandes alterações na sua vida.

Como ajudar e prevenir o suicídio

Perguntar a alguém se está bem pode ser algo aterrador, sobretudo se suspeita que não está.

O mais fácil é olhar noutra direção e esperar que essa pessoa peça ajuda.

Todavia, tomar a iniciativa e ter coragem para questionar o que se passa pode fazer toda a diferença, reiterando que está lá para ajudar e que a pessoa não está sozinha.

Adicionalmente, pode e deve caso ache que alguém que conhece precisa urgentemente de ajuda (ou até você próprio) procurar um profissional de saúde, como um psiquiatra, psicólogo ou até um médico de família capaz de orientá-lo.

Serviços telefónicos de apoio emocional e prevenção ao suicídio em Portugal

SOS Voz Amiga (entre as 16h e as 24h) - 800 209 899 (Número gratuito)

Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) - 808 237 327 (Número gratuito) e 210 027 159

SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) - 239 484 020

Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) - 222 080 707

Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535

 

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