Pesquisa destaca efeitos da canábis recreativa na memória de fumadores

Investigadores avaliaram indivíduos que fumaram flores de canábis (CBD) ou vaporizaram concentrados da substância com um índice superior a 60% de tetrahidrocanabinol (THC).

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Notícias ao Minuto
09/07/2021 11:52 ‧ 09/07/2021 por Notícias ao Minuto

Lifestyle

Canábis

Segundo um artigo publicado na prestigiada revista Galileu, um grupo de utilizadores de canábis recreativa foi submetido a testes cognitivos, realizados por investigadores da Universidade Estadual de Washington, nos Estados Unidos, durante videoconferências pela plataforma Zoom.

No decorrer do estudo, os especialistas apuraram que o fumo de flores ou a vaporização de concentrados da planta pode estar associado a falhas acentuadas de memória, apesar de aparentemente não ter afetado a sua capacidade de tomar decisões.

A pesquisa foi realizada no estado de Washington e envolveu 80 voluntários com mais de 21 anos, local onde o consumo de canábis é permitida por lei.

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Conforme explica a revista Galileu, os indivíduos foram divididos em quatro grupos distintos. Dois eram compostos por voluntários que fumavam flor de canábis com um índice superior de 20% de THC – embora, um consumia misturas com o ingrediente não psicoativo canabidiol (CBD) e outro não. Entretanto, um terceiro grupo fumou um concentrado de canábis composto por CBD e mais de 60% de THC. Adicionalmente, o último grupo de participantes utilizou a substância.

Posteriormente, todos os voluntários foram submetidos a testes de memória. Sendo que na maioria dos casos, quem usou a droga não registou efeitos colaterais prejudiciais em testes relativos a tomada de decisões, que avaliavam a noção de risco e a segurança nos seus próprios conhecimentos.

Mais ainda, certos indivíduos revelaram bons resultados quando se se tratava de recordarem situações do passado em sucessão ou de ações que deveriam fazer no futuro, não demonstrando uma diferença notória comparativamente a indivíduos sóbrios.

Todavia, todos os grupos que consumiram canábis tiveram uma má performance num teste de memória falsa, no qual era apresentada uma palavra nova e os indivíduos eram questionados se esta já havia sido dita - os utilizadores mostraram uma propensão a afirmarem que sim, mesmo quando um conceito jamais havia sido proferido. 

Além disso, os investigadores realizaram uma avaliação que pretendia entender com os utilizadores se recordavam de palavras ou imagens: neste cenário quem fumou a flor da planta com CBD saiu-se significativamente pior, tendo em conta os não utilizadores. Em comparação, quem usou flor sem o ingrediente ou consumiu-o em concentrados revelou ter ainda mais falhas ao tentar recordar o modo como as informações haviam sido anteriormente divulgadas.

Por último, os académicos concluíram que quem fumou o concentrado com mais de 60% de THC teve um desempenho cognitivo semelhante a quem fumou a flor de canábis. 

Num comunicado emitido à imprensa, a autora da pesquisa Carrie Cuttler explicou que já se especulou bastante na comunidade médica se os concentrados podem ou não elevar os efeitos danosos. Contudo, os estudos sobre o tema ainda são raros.

"Quero ver muito mais pesquisas antes de chegarmos a qualquer conclusão geral, mas é encorajador ver que os concentrados não aumentaram os danos", partilhou Cuttler.

O estudo foi publicado no jornal científico Scientific Reports

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