Existe uma bactéria muito comum que infeta (e habita) no estômago capaz de aumentar significativamente o risco de Alzheimer, afirma um novo estudo, feito na Universidade McGill, no Canadá. Trata-se de uma bactéria chamada helicobacter pylori e encontra-se em alimentos, água e solo contaminados.
Para o estudo, disponibilizado online, na Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association, os investigadores analisaram os registos de saúde de quatro milhões de britânicos com 50 anos, ou mais, recolhidos entre 1988 e 2019.
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Graças a isto, os cientistas descobriram que as pessoas que contraíram helicobacter pylori e manifestaram sintomas tinham um risco 11% maior de desenvolver a doença neurodegenerativa. Aliás, "o aumento do risco atingiu um pico de 24%, entre sete e 10 anos após uma infeção com a bactéria, antes de voltar a diminuir", explicam.
Para além disso, no estudo, os cientistas sugeriram que existem múltiplas formas de a bactéria viajar até ao cérebro e causar inflamação das células, assim como neurodegeneração. Explicam ainda que pode causar um desequilíbrio no intestino e, consequentemente, resultar na produção excessiva de amiloide, uma proteína que se aglomera e se transforma em placas no cérebro dos doentes de demência.
Sugerem também que "os danos causados à membrana do estômago pela infeção podem afetar a absorção da vitamina B12 e do ferro, um défice de ambos está associado à demência", explicam.
Tendo em conta os resultados da investigação, os cientistas sugerem que a erradicação desta bactéria tão comum poderia "ajudar a prevenir cerca de 200 mil casos de Alzheimer por ano a nível mundial".
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