Em 1939, a apenas quatro meses do eclodir da II Guerra Mundial, um navio de refugiados judeus tentou chegar ao Canadá.
A entrada no país, porém, foi recusada, num tempo em que a comunidade judaica na Alemanha já começava a sentir a brutalidade do Holocausto.
A embarcação de refugiados, que já tinha sido recusada em Havana, voltou a sê-lo no Canadá. Seria ainda recusada na Argentina, Uruguai, Paraguai e Panamá, até finalmente desistir e regressar à Europa.
Na Europa, e graças à intervenção de organizações judaicas, países como o Reino Unido, a Bélgica, a Holanda e a França acabariam por aceitar estes refugiados. Mas o avançar da 'máquina de guerra' nazi levou o Terceiro Reich a outras paragens.
Dos mais de 900 tripulantes a bordo do navio St. Louis que há 79 anos viram a entrada negada no Canadá, 254 acabariam, nos anos seguintes, por serem capturados e mortos em campos de concentração nazis.
Justin Trudeau, primeiro-ministro canadiano, recordou o episódio na quarta-feira, perante o parlamento do Canadá.
"Pedimos desculpa às mães e pais cujas crianças não salvámos, aos filho e filhas cujos pais não ajudámos", afirmou, lamentando algumas práticas antissemitas que marcavam a política externa de então.
Esta mensagem sobre um episódio de há 79 anos surge, como destaca o New York Times, cerca de duas semanas após um massacre numa sinagoga em Pittsburgh, nos EUA.