A procuradora de Bucareste, Viviana Ciuca, referiu à agência noticiosa Associated Press (AP) que Kamil Demirkaya foi detido na base de um pedido de extradição da Turquia por ser "membro de um grupo terrorista e criminal".
O jornal Zaman Romania disse que o seu jornalista foi detido "por ordem" do Presidente turco Recep Tayyip Erdogan. Demirkaya compareceu no tribunal e a sua libertação está dependente de uma decisão judicial.
O caso é delicado para a Roménia, que assume em 01 de janeiro a presidência semestral rotativa da União Europeia (UE).
Demirkaya negou as acusações de terrorismo e referiu exercer a profissão de professor na Turquia e no estrangeiro durante 11 anos, e trabalhar há 11 anos como jornalista.
"Não me recordo de ter morto sequer uma mosca ou uma formiga", disse ao canal televisivo Digi24.
"Infelizmente, sou acusado de terrorismo", disse ainda o jornalista, referindo que as autoridades romenas seguiram os procedimentos legais na sequência do pedido turco sobre a sua extradição.
A publicação Zaman na Turquia foi encerrada pelo Governo na sequência do fracassado golpe militar de julho de 2016, e Gülen tem negado insistentemente qualquer envolvimento.
O Zaman, crítico de Erdogan e com ligações ao movimento 'gulenista', tem agora edições na Roménia e Bulgária. O Zaman Romania disse que Demirkaya viveu na Roménia durante dois anos com a sua mulher e filho e "escrevendo sobre os abusos de poder em Ancara".
Cristian Preda, um eurodeputado independente romeno, apelou ao ministro da Justiça para travar o processo de extradição, referindo que a Roménia mantém "compromissos internacionais para não extraditar cidadãos para países onde os direitos humanos estão em risco".
"A Turquia inclui-se entre esses países", referiu Preda numa declaração, acrescentando que caso o Governo de Bucareste se decida pela extradição "será censurado em toda a União Europeia".