Republicanos preparam-se para rejeitar destituição de Trump

A maioria Republicana no Senado prepara-se para rejeitar os artigos de destituição do Presidente dos EUA, deitando por terra as aspirações Democratas que hoje votam o início do julgamento político para a remoção de Donald Trump.

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Lusa
15/01/2020 06:45 ‧ 15/01/2020 por Lusa

Mundo

Estados Unidos

Na terça-feira, a líder Democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, reuniu à porta fechada com a sua bancada parlamentar, para tentar fixar as modalidades do julgamento político do Presidente, escolher quem fará a acusação e o calendário deste procedimento que acontece apenas pela terceira vez na história dos Estados Unidos.

De acordo com as regras do Senado, o julgamento político apenas se iniciará quando os promotores da Câmara de Representantes atravessarem os longos corredores da câmara alta do Congresso, para ler as acusações feitas contra o Presidente.

Donald Trump é acusado de ter pressionado o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, para investigar a atividade do filho do seu adversário político, Joe Biden, junto de uma empresa ucraniana envolvida num caso de corrupção, num gesto que a Câmara de Representantes diz constituir um ato de abuso de poder, bem como de ter tentado obstruir a averiguação destes factos por parte do Congresso.

Mas a maioria Republicana no Senado já demonstrou que está alinhada com a posição de Donald Trump, que considera o processo de 'impeachment' uma cabala política, uma "caça às bruxas" destinada a prejudicar a sua campanha de reeleição nas presidenciais de novembro próximo, preparando-se para rebater os argumentos Democratas.

Apesar de o processo no Senado ser liderado pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça, John Roberts, a sentença do julgamento político de Trump é decidida por uma maioria de 2/3 dos votos dos senadores, sem a qual o Presidente não pode ser removido do cargo.

Os Democratas ocupam apenas 47 dos 100 lugares do Senado e já perceberam que a forte unidade entre os Republicanos dificilmente permitirá uma aprovação de qualquer dos dois artigos de destituição.

Por isso, os opositores de Trump têm pedido para que o Senado permita a audição de novos depoimentos no julgamento político, depois do inquérito para destituição que decorreu em dois comités da Câmara de Representantes e onde 17 testemunhas apresentaram versões comprometedoras da posição do Presidente.

Os Democratas querem ouvir, entre outros, o ex-conselheiro de segurança nacional John Bolton, que se demitiu do cargo em setembro, em rota de colisão com Donald Trump, discordando de várias decisões do Presidente em matérias de política externa, nomeadamente sobre a Síria, o Afeganistão e... a Ucrânia.

Perante a previsível derrota dos seus planos no Senado, os Democratas pretendem prolongar as sessões de julgamento político do Presidente, e aproveitar o palco de visibilidade mediática do processo, para realçar o que consideram ser os atos de abuso de exercício de poder de Trump, no ano de eleições presidenciais.

"Muitos acreditam que organizar um julgamento sem provas (...) em vez de determinar uma demissão dá crédito à versão de caça às bruxas por parte dos Democratas", escreveu recentemente Donald Trump na sua conta pessoal da rede social Twitter.

"Queremos a verdade", respondeu na terça-feira o líder da minoria Democrata no Senado, Chuck Schumer, lembrando que no processo de 'impeachment' de Bill Clinton, em 1999, foram chamadas novas testemunhas, respondendo ao pedido da então oposição Republicana ao Presidente Democrata.

Nessa eventualidade, contudo, os Republicanos ameaçam intimar também Joe Biden, ex-vice-Presidente de Barack Obama e atual candidato Democrata às presidenciais, pelo seu envolvimento indireto no processo, já que Trump pediu a Zelenskiy para investigar o filho deste, Hunter, num caso de corrupção na Ucrânia, tentando criar embaraço político nas hostes adversárias.

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