De acordo com um acordo estabelecido entre Moscovo e Ancara, em 2018, a Turquia instalou 12 postos de observação na província de Idleb, incluindo quatro na área controlada pelo regime sírio, com o objetivo de travar grupos terroristas.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, acusou esta semana o Governo turco de não respeitar os termos do protocolo e nada fazer para "neutralizar os terroristas em Idleb".
"Os postos de observação estão a funcionar e o regime [sírio] deve permanecer fora desta área. A Rússia e o Irão devem garantir que os sírios permaneçam fora", respondeu hoje Fuat Oktay, para justificar as ações militares turcas no noroeste da Síria.
O Presidente turco, Recep Erdogan, já tinha alertado Damasco para retirar as suas forças em Idleb, até final de fevereiro, data a partir da qual os turcos "resolverão o problema pelos seus próprios meios", referindo-se à situação na fronteira em que a Turquia apoia grupos rebeldes, dominados pelos 'jihadistas', opositores às forças sírias apoiadas por Moscovo.
Nos últimos dias, a Turquia enviou reforços militares para Idleb e a imprensa turca dá hoje conta de que um comboio de 60 veículos militares foi enviado para os postos controlados por Ancara, ao abrigo do tratado estabelecido com Moscovo.
O Governo turco continua a insistir na versão de que está empenhado em terminar com a "agressão do regime sírio", tentando poupar a população civil e evitar um novo êxodo de sírios para a Turquia.
"A Turquia não aceitará uma nova onda de migração", avisou hoje o vice-presidente turco, lembrando que o seu país já abrigou mais de 3,6 milhões de refugiados sírios.
A guerra na Síria já matou mais de 380 mil pessoas, desde 2011.