Numa altura em que já existem mais de 98 mil casos em todo o mundo (cerca de 5.400 na EU), dos quais já resultaram 3.385 mortes (perto de 150 no espaço comunitário), os eurodeputados discutem, pela terceira vez, a evolução do Covid-19, focando-se nos seus impactos na saúde pública, na economia e a nível social.
Depois de dois debates realizados a 29 de janeiro e a 12 de fevereiro, quando o risco na UE ainda era 'moderado', a assembleia europeia vai, então, perante um nível 'elevado' de contágio, fazer um ponto de situação sobre a propagação do coronavírus, avaliando ao mesmo tempo a resposta da União e dos Estados-Membros a esta epidemia.
Até ao momento, os mecanismos acionados a nível europeu visam apoiar a cooperação, o intercâmbio de informações, uma monitorização rápida e a coordenação das medidas de preparação e resposta ao Covid-19.
Por seu lado, as ações desenvolvidas pela Comissão Europeia incluem uma avaliação permanente dos riscos e o fornecimento de orientações para o aconselhamento sobre viagens, o reforço da preparação caso o surto se agrave e passe à fase seguinte e a ativação dos mecanismos de financiamento existentes para apoiar os Estados-membros na preparação e resposta ao novo coronavírus.
Foi, ainda, lançado um processo acelerado de aquisição conjunta de equipamentos de proteção individual em vários Estados-membros.
Além da discussão, os eurodeputados votam na quinta-feira uma resolução sobre o assunto.
Em causa está a sessão plenária que decorre entre segunda e quinta-feira. Inicialmente agendado para a cidade francesa de Estrasburgo, como habitual, o encontro acabou por mudar de localização, para Bruxelas, devido ao surto.
O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, justificou a alteração com um relatório do serviço médico da assembleia europeia, que dava conta de que os riscos para a saúde, por causa do Covid-19, seriam significativamente maiores se a sessão plenária ocorresse em Estrasburgo.
David Sassoli adiantou ter informado as autoridades francesas e agradeceu a sua cooperação.
Da agenda desta sessão plenária faz também parte, na quarta-feira, uma discussão sobre os últimos desenvolvimentos na fronteira entre a Grécia e a Turquia, após Ancara ter anunciado que não iria travar o fluxo migratório para a Europa, como acordado com Bruxelas.
David Sassoli esteve inclusive esta semana, juntamente com Ursula Von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, numa visita à fronteira greco-turca, tendo testemunhado a "necessidade de uma política migratória comum europeia", como afirmou na altura.
O Parlamento vai ainda debater com a Comissão, na terça-feira, uma nova estratégia global para África, que visa aprofundar a parceria em vários domínios e dar resposta a desafios comuns.
Já na quarta-feira, o plenário deverá aprovar um novo protocolo ao acordo de pesca entre a UE e São Tomé e Príncipe, com base numa recomendação do eurodeputado do CDS Nuno Melo.