Afeganistão: Mais de 500 civis mortos no primeiro trimestre de 2020
O conflito afegão matou 533 civis, incluindo 152 crianças, no primeiro trimestre do ano, o que representa ainda assim uma descida de 29% em relação ao mesmo período de 2019, indicou um relatório da ONU divulgado hoje.
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Mundo Estatística
O relatório da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA) documenta um total de 1.293 vítimas civis (533 mortos e 760 feridos) de confrontos entre janeiro e março.
De acordo com o relatório, os talibãs e outros grupos antigovernamentais, como o Estado Islâmico, foram responsáveis pela maioria (55%) das vítimas civis. Até 39% das vítimas são atribuídas aos talibãs, um aumento de 22% em relação ao mesmo período do ano passado.
O porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, já rejeitou o relatório da ONU, considerando-o uma tentativa "de encobrir crimes diários contra civis cometidos por forças afegãs e dos Estados Unidos".
As forças afegãs e os seus aliados foram responsáveis por 32% de todas as vítimas civis no primeiro trimestre de 2020, indica o relatório, adiantando que cabe aos pró-governamentais a responsabilidade por mais vítimas menores do que aos talibãs e outros militantes, sobretudo devido a ataques aéreos e combates terrestres.
As crianças e as mulheres continuam a ser dos mais afetados pela violência. A UNAMA documentou no primeiro trimestre 417 menores entre as vítimas (152 mortos e 265 feridos) e 168 mulheres (60 mortas e 108 feridas).
O relatório também destaca um aumento preocupante da violência em março, quando se esperava que o governo afegão e os talibãs iniciassem negociações depois da assinatura de um acordo de paz entre os talibãs e os Estados Unidos no final de fevereiro.
O número de civis mortos não só representa uma descida de quase 30% em relação ao período homólogo do ano passado, como é o menor num primeiro trimestre desde 2012.
Apesar da diminuição, os números "assinalam que o conflito no Afeganistão continua a ser um dos mais mortais para os civis, numa altura em que o potencial impacto da covid-19 representa uma ameaça para todos" no país, nota a UNAMA.
"Peço a todas as partes que aproveitem a oportunidade e ouçam o pedido do secretário-geral (da ONU) para um cessar-fogo global para concentrar os esforços coletivos na luta contra um inimigo comum, a pandemia da covid-19", disse a recém-nomeada representante da ONU no Afeganistão, Deborah Lyons.
O Afeganistão regista 1.703 casos do novo coronavírus, incluindo 57 mortes.
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