"A América do Sul tornou-se no novo epicentro" da pandemia, diz OMS

A Organização Mundial de Saúde (OMS) chamou a atenção, esta sexta-feira, para o rápido crescimento de casos no Brasil, tendo também chamado a atenção para o uso generalizado de hidroxicloroquina.

Notícia

© REUTERS/Denis Balibouse

Anabela Sousa Dantas
22/05/2020 20:56 ‧ 22/05/2020 por Anabela Sousa Dantas

Mundo

Coronavírus

"De certa forma, a América do Sul tornou-se no novo epicentro da doença", disse esta sexta-feira Michael Ryan, diretor-executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS) para Emergências Sanitárias, sublinhando que "o [país] mais afetado, neste momento, é claramente o Brasil".

O responsável explicou, na conferência da imprensa daquela organização da ONU, que a Covid-19 está a ganhar terreno no continente sul-americano nas últimas semanas, com especial enfoque nos últimos dias, em que se tem assistido a uma subida galopante do número de casos diários.

Em causa está não só o Brasil (que é o caso mais grave), mas também o Equador, o Chile e o Peru.

O Brasil, porém, é o país com o maior número de casos de infeção e de óbitos relacionados com a Covid-19. De acordo com os dados do Ministério da Saúde brasileiro, até esta quinta-feira, foram confirmados mais de 310 mil diagnósticos positivos e mais de 20 mil vítimas mortais. Tanto o Peru (mais de 100 mil casos) como o Chile (mais de 62 mil casos) também estão a registar crescimento acelerado de diagnósticos positivos.

Todos estes balanços, porém, não serão exatos, tendo em conta a baixa oferta de testes, o que resulta numa subnotificação da doença.

Mike Ryan comentou, ainda, a resposta do governo brasileiro à pandemia, chamando a atenção para a intenção da administração de Jair Bolsonaro em autorizar o uso geral da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, mesmo com todos os alertas em relação aos efeitos secundários. "O governo do Brasil aprovou a hidroxicloroquina e cloroquina para uso alargado. As atuais provas clínicas não apoiam o uso generalizado deste medicamento no tratamento da Covid-19", alertou.

Recorde-se que, conforme já tinha sido alertado pela Agência Europeia do Medicamento, um estudo hoje divulgado revista médica britânica The Lancet sugere que a cloroquina e hidroxicloroquina podem aumentar o risco de morte e arritmias em doentes hospitalizados com Covid-19.

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas