Países da Europa abrem hoje atividades ligadas sobretudo ao turismo

Vários países da Europa, como Espanha, Grécia, Itália e República Checa, voltam hoje a reabrir atividades, ligadas sobretudo ao lazer e ao turismo, embora continuem a impor medidas de segurança como máscaras e distanciamento social.

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Lusa
25/05/2020 12:25 ‧ 25/05/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Vários países da Europa, como Espanha, Grécia, Itália e República Checa, voltam hoje a reabrir atividades, ligadas sobretudo ao lazer e ao turismo, embora continuem a impor medidas de segurança como máscaras e distanciamento social.

Espanha

Em Espanha, as duas principais cidades - Madrid e Barcelona - voltam a ter parques e esplanadas abertos, depois de 10 semanas sem atividade, enquanto as ilhas e as regiões costeiras do país voltam a receber banhistas para aproveitar o mar e à chegada do tempo quente.

As duas maiores cidades do país foram as mais afetadas pela pandemia de coronavírus, que matou 28.752 pessoas e infetou 235.772 no país.

A partir de hoje, os habitantes podem reunir-se em grupos de dez pessoas, em casa ou numa esplanada ou até nos famosos parques.

Fechados desde março, os portões do Parque do Retiro reabriram de manhã, perante centenas de moradores de Madrid, alguns dos quais esperavam pelo "acontecimento" desde a madrugada, para ali ver o nascer do sol.

Esta segunda fase do desconfinamento em Espanha deverá durar até ao final de junho, sendo permitido voltar às praias e piscinas nos arquipélagos das Baleares e Canárias e em grande parte da Andaluzia, mas sempre com rigorosas medidas de segurança.

Por isso, o Ministério da Saúde espanhol recomenda limitar as multidões nas praias, delimitar espaços para cada grupo e espaçar os guarda-sol em quatro metros.

Para já, só os habitantes locais poderão beneficiar da praia, já que as viagens de uma província para outra permanecem proibidas e os estrangeiros que chegarem a Espanha terão de cumprir uma quarentena de duas semanas.

Grécia

Na Grécia, país que está a acelerar esforços para salvar a sua temporada de turismo, os cafés e restaurantes voltaram hoje a abrir e os 'ferries' que ligam o continente às ilhas reiniciaram as viagens, suspensas desde março.

As viagens para as ilhas só eram permitidas, até hoje, a fornecedores de mercadorias e residentes permanentes.

Mas a baixa taxa de infeções da covid-19 no país levou o Governo a decidir iniciar a temporada de festas três semanas antes da data prevista, a 15 de junho.

A Grécia registou quase 2.900 infetados e 171 mortes pelo coronavírus, um valor muito aquém por exemplo da vizinha Itália, que viu quase 33.000 doentes com covid-19 morrerem, ou da Espanha, onde foram contabilizados quase 29.000 mortos ou mesmo da rival Turquia, que sofreu 4.340 mortes, de acordo com uma contagem da Universidade Johns Hopkins.

Itália

O dia de hoje também é de novo passo em direção à normalidade na Itália, onde ginásios e piscinas voltam a funcionar após dois meses e meio suspensos, exceto na Lombardia e Basilicata, embora com rigorosas medidas de segurança.

Na Lombardia, a região mais afetada pelo vírus, no sul de Basilicata e em algumas cidades como Bolonha e Palermo, a reabertura de instalações desportivas municipais só começará em junho.

Na Itália, existem cerca de 100.000 centros desportivos privados com cerca de 20 milhões de utilizadores, o que faz deste setor um dos mais afetados pelos encerramentos obrigatórios no âmbito da pandemia.

A associação italiana de instalações desportivas, ginásios, piscinas e campos desportivos (Anif) calculou que os prejuízos atingiram os 3.000 milhões de euros e que este ano cada centro faturará 50% a 60% menos do que em 2019.

A abertura deste setor da atividade conta com a imposição de medidas como a impossibilidade de concentrar clientes nas entradas e saídas dos ginásios e a obrigação de usar gel desinfetante antes de entrar, além da imposição de máscaras para clientes e funcionários.

Tal como nos restaurantes, cabeleireiros e outras lojas em Itália, os funcionários dos ginásios e piscinas devem medir a temperatura do corpo dos utentes à chegada e impedir a entrada de quem tiver mais de 37,5 graus Celsius.

República Checa

Na República Checa, hoje também é um dia especial, já que o país entra na sua última fase de redução das restrições à vida económica e social impostas pelo coronavírus, o que significa a reabertura de piscinas e todos os hotéis e restaurantes.

Além disso, é também levantada a obrigação de usar máscara ao ar livre, continuando a ser obrigatória apenas nos transportes públicos, lojas e outros espaços fechados.

Dois meses após o início teórico da temporada (que deveria ter acontecido em 1 de abril), castelos e palácios também reabrem as suas portas, além dos pavilhões cobertos e dos jardins zoológicos e botânicos.

Também a partir de hoje, os serviços de táxi voltam a operar e passam a ser permitidos atos coletivos como missas, concertos ou teatros e exibições de filmes em cinemas, desde que não excedam o máximo de 300 pessoas e que se mantenha uma distância física de dois metros entre as pessoas.

Ao mesmo tempo, as crianças do ensino básico (até aos 10 anos) regressam às aulas, embora as turmas não possam ter mais de 15 alunos.

Os checos passam ainda a poder frequentar bares, restaurantes e o interior dos cafés, além de spa e saunas.

A República Checa registou, até agora, 8.597 casos de infeção por coronavírus, incluindo 315 mortes.

Ucrânia

Também a Ucrânia dá hoje mais um passo para regressar à normalidade, com a reabertura do metropolitano na capital do país, Kiev, após quase 10 semanas encerrado.

Muito aguardado pelos habitantes de Kiev, onde a circulação de outros transportes públicos já tinha sido retomada no sábado, a reabertura do metro não atraiu muita gente, ao contrário do que se temia.

O metropolitano, que transportava cerca de 1,5 milhões de pessoas por dia antes da pandemia, permaneceu hoje praticamente vazio, com apenas 10 passageiros em cada vagão, mesmo na 'hora de ponta'.

Munidos de máscaras e telas de proteção, a polícia colocou-se à entrada das estações para medir a temperatura de alguns passageiros, enquanto vários autocolantes colados nas paredes apelavam a uma distância mínima de 1,5 metros e mensagens de áudio incentivavam os ucranianos a "proteger sua saúde".

Até agora, a Ucrânia identificou 21.245 casos de coronavírus, dos quais 623 morreram.

Pandemia já fez mais de 343 mil mortos no mundo

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 343 mil mortos e infetou mais de 5,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de dois milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.316 pessoas das 30.623 confirmadas como infetadas, e há 17.549 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados (mais de 2,4 milhões, contra dois milhões no continente europeu), embora com menos mortes (mais de 143 mil, contra quase 174 mil).

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num "grande confinamento" que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

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