Cerca de mil manifestantes concentraram-se em frente à residência do Presidente dos Estados Unidos, gritando palavras de ordem e ateando fogos, numa altura em que Washington regista confrontos violentos noutras partes da cidade.
O incidente deu-se uma hora antes do recolher obrigatório decretado pelas autoridades, a partir das 23h00 de domingo (04h00 de hoje em Lisboa).
Sinais de trânsito arrancados, barreiras de plástico e até uma bandeira dos Estado Unidos foram usados como combustível para atear fogos no parque em frente à Casa Branca, enquanto a Norte da cidade se registaram pilhagens de várias lojas e um cinema.
Os protestos em frente à Casa Branca vão no terceiro dia consecutivo e já tinham levado o Presidente, Donald Trump, a recolher ao 'bunker' da residência na sexta-feira, segundo a agência de notícias Associated Press (AP).
De acordo com a AP, que cita fontes próximas da Casa Branca e do Partido Republicano, agentes dos Serviços Secretos terão levado Donald Trump para o abrigo subterrâneo, quando manifestantes atiraram pedras e tentaram forçar barreiras policiais. Desde então, a segurança foi reforçada pela Guarda Nacional e mais agentes dos Serviços Secretos.
No domingo, o Departamento de Justiça também destacou membros dos 'marshals' [uma unidade de polícia federal dos EUA] e agentes da Agência de Combate à Droga para reforçar as tropas da guarda nacional no perímetro em torno da Casa Branca, de acordo com a AP.
A decisão de proteger o Presidente no abrigo subterrâneo de alta segurança marca um dos alertas mais importantes na Casa Branca desde os ataques de 11 de setembro, segundo a AP.
George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu na noite de segunda-feira em Minneapolis, após uma intervenção policial violenta, cujas imagens foram divulgadas através da internet.
Floyd foi detido por suspeita de ter tentado pagar com uma nota falsa de 20 dólares num supermercado. Num vídeo filmado por transeuntes e divulgado nas redes sociais, é possível ver um dos agentes pressionar o pescoço da Floyd com o joelho durante vários minutos.
Desde então, várias cidades norte-americanas, incluindo Washington e Nova Iorque, têm sido palco de manifestações, com os protestos a resultarem frequentemente em confrontos com a polícia.