De acordo com uma carta enviada ao Governo norte-americano, e obtida pela Associated Press, estas organizações de ajuda criticam que "pouca ou nenhuma assistência humanitária dos EUA tenha chegado àqueles mais afetados na linha da frente" em várias regiões, entre as quais elencam a Ásia e África.
"Apesar de meses de conversas promissoras com os elementos da USAID no terreno, poucas organizações receberam e executaram ajuda humanitária de assistência para o combate à covid-19", lê-se na carta.
Estes atrasos são "devastadores", acrescentam, notando que a janela de oportunidade para os EUA ajudarem a mitigar os impactos da pandemia no mundo está a fechar-se.
A missiva enviada ao administrador John Barsa, da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional, tem a data de 4 de junho, o mesmo dia em que outros responsáveis da USAID anunciaram a "liderança global" dos norte-americanos na resposta à pandemia.
"Até agora, reservámos mais de mil milhões de dólares para a resposta global à covid-19", disse o líder do grupo de trabalho da USAID para a pandemia, Kenneth Staley, aos jornalistas que cobrem o continente africano, lembrou a AP.
No entanto, muita dessa ajuda sofreu "atrasos pouco característicos", lê-se na carta, que lembra que já passaram três meses desde que a lei de apoio ao combate à pandemia fora dos EUA foi aprovada.
"Os longos atrasos na atribuição de ajuda são um contraste claro coma nossa experiência noutras crises, em que os EUA são conhecidos por arranjarem financiamento numa questão de semanas, e às vezes dias", acrescenta-se na carta.
Entre as organizações que assinam a carta estão a Save the Children, Mercy Corps, World Vision, CARE USA, o Conselho Noruguês para os Refugiados, O serviço Mundial Judaico Americano, WaterAid e Médicos pela Paz.
O continente africano regista hoje mais de 216 mil casos de covid-19, contabilizando 5756 mortos, mais 78 do que na quinta-feira, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).
Os mais recentes dados da pandemia no continente indicam que o número de infetados passou de de 209.438 para 216.446, ou seja mais 7.008 pessoas com o novo coronavírus.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 418 mil mortos e infetou mais de 7,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.