Segundo noticia a agência AP, o general Amir Haskel tem sido o líder do movimento contra Benjamin Netanyahu, exigindo que o primeiro-ministro, que ocupa o cargo há muito tempo, deixe o poder enquanto enfrenta acusações de fraude, abuso de confiança e aceitação de suborno.
O antigo general da Força Aérea israelita foi detido na sexta-feira, juntamente com outras pessoas, devido ao que a polícia considerou um protesto "ilegal" devido ao bloqueio de estradas.
Amir Haskel tornou-se um símbolo dos movimentos de protesto contra a longa liderança de Benjamin Netanyahu.
Estes protestos têm acontecido com regularidade em todo o país, com os manifestantes a mostrarem cartazes onde se pode ler "crime minister" (primeiro-ministro criminoso) ou exigindo a saída do governante.
"Ninguém nos irá proibir de protestar em qualquer lugar", realçou Amir Haskel após ter sido libertado, deixando ainda uma provocação ao primeiro-ministro de Israel sobre a sua experiência na prisão.
"Estivemos na prisão de Hadarim durante 15 horas. Não foi um prazer, mas não foi terrível", atirou.
As detenções causaram críticas de importantes figuras de Israel e levaram centenas de pessoas a protestar na rua, à porta da residência de Benjamin Netanyahu, no sábado.
Os manifestantes criticaram também a polícia, atribuindo motivos políticos às detenções.
A polícia referiu ter proposto a libertação dos detidos, caso eles concordassem em não regressar ao local dos protestos, o que foi rejeitado por estes.
O advogado que representa o antigo general, Gabi Lasky, afirmou à Rádio do Exército de Israel que o tribunal libertou Amir Haskel sem qualquer condição e referindo que protestar era um dos fundamentos da democracia.
O chefe interino da polícia disse que aquela força policial irá aprender uma lição com este incidente.
"O papel da polícia é permitir a liberdade de expressão e manifestação a todas as pessoas e manter a paz e a segurança pública, independentemente do assunto em protesto, da identidade dos manifestantes ou das suas opiniões", destacou o comissário interino Motti Cohen.
O primeiro-ministro de Israel está a ser julgado por uma série de escândalos, nomeadamente por ter alegadamente recebido prendas luxuosas de amigos milionários e trocado regularmente favores com magnatas ligados aos meios de comunicação social para uma cobertura mais 'amigável' sobre si e a sua família.
O julgamento deverá ser retomado no próximo mês.
Benjamin Netanyahu negou as acusações, considerando-as uma caça às bruxas contra ele devido a uma comunicação social hostil e um sistema jurídico tendencioso.