A administração norte-americana lançou a operação 'Warp Speed' ('Além da velocidade da luz') para tentar produzir 300 milhões de doses da vacina até janeiro de 2021, para aplicar prioritariamente entre os seus cidadãos.
O Governo de Donald Trump tem investido milhares de milhões de euros em projetos de várias empresas de biotecnologia, em diversos continentes, para financiar ensaios clínicos e construir locais de fabrico de futuras vacinas, em larga escala.
Em março, Trump já tinha tentado fazer um negócio semelhante com a empresa alemã CureVac, com quem quis garantir a exclusividade de produção de um projeto de vacina, tendo recuado perante a pressão do Governo da chanceler alemã Angela Merkel, que conseguiu convencer o laboratório a assegurar equidade na distribuição do medicamento.
Ao mesmo tempo, os EUA investiram cerca de dois mil milhões de euros nos projetos de vacinas da Johnson & Johnson, Moderna e AstraZeneca (em parceria com a Universidade de Oxford), sendo estes dois últimos os mais avançados.
O Presidente norte-americano prometeu, entretanto, continuar os esforços para garantir aos cidadãos norte-americanos prioridade numa vacina que pudesse ser obtida o mais depressa possível, esforços em que se insere a operação "Warp Speed", que tem, neste momento, um portfólio de sete experiências de vacinas.
"A operação 'Warp Speed' está a criar um portfólio de vacinas para aumentar as hipóteses de termos pelo menos uma vacina segura e eficaz até final do ano", disse Alex Azar, secretário de Saúde dos EUA.
O investimento dos departamentos de Saúde e da Defesa na empresa Novavax, com sede em Maryland, deve garantir o fabrico de 100 milhões de doses até final de 2020, para uso em ensaios clínicos e, possivelmente, para uma campanha de vacinação em caso de aprovação.
A Novavax iniciou testes clínicos com 130 pessoas na Austrália, em maio, com financiamento de uma parceria público-privada dedicada ao financiamento de vacinas.
Os resultados ainda não são conhecidos, mas a empresa deve lançar o chamado ensaio de fase 3 (o último e o de maior dimensão) no outono, com até 30.000 pessoas, de acordo com um comunicado recentemente divulgado.
Hoje, Washington também anunciou um investimento de cerca de 400 milhões de euros para a empresa Regeneron, que está a fazer experiências com um tratamento (REGN-COV2) contra a covid-19, não comprovado, mas que foi testado em pacientes com o novo coronavírus em vários países.
Os primeiros resultados podem ser anunciados neste verão, numa altura em que apenas o "remdesivir" e o esteroide "dexametasona" demonstraram eficácia em pacientes com o novo coronavírus.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 538 mil mortos e infetou mais de 11,64 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.