Autoridade Palestiniana impõe recolher obrigatório para travar Covid-19
A Autoridade Nacional Palestiniana anunciou hoje a imposição de um recolher obrigatório noturno e de fim de semana durante as próximas duas semanas para tentar conter o aumento de casos de covid-19 no território.
© Lusa
Mundo Covid-19
Em conferência de imprensa, o porta-voz do Governo palestiniano, Ibrahim Melhem, adiantou que "as viagens serão proibidas todos os dias das 20:00 às 06:00 em todas as províncias", exceto de quinta-feira à noite até domingo de manhã, na Cisjordânia, onde estará em vigor durante todo o dia.
Apenas as farmácias e padarias estão autorizadas a permanecer abertas durante duas semanas, tendo Ibrahim Melhem explicado ainda que "é estritamente proibido realizar casamentos, funerais e festas". É também "estritamente proibido" palestinianos irem trabalhar em colonatos israelitas na Cisjordânia.
A decisão surge na sequência de outras tomadas recentemente, como a definição do confinamento em todas as províncias da Cisjordânia a partir de 03 de julho, depois de o Governo ter suspendido em maio a maioria das restrições impostas devido à pandemia da covid-19.
De acordo com a agência de notícias Wafa, morreram seis pessoas devido ao novo coronavírus na Palestina nas últimas 24 horas, elevando o total de vítimas para 37.
Até ao final de junho tinham sido declaradas apenas oito mortes, mas o número quase quintuplicou numa questão de duas semanas, uma "tendência preocupante", também seguida pelo aumento dos infetados, que já ultrapassou os 7.000. A segunda vaga da pandemia está a ser "mais forte" e letal do que a primeira, frisa a agência noticiosa.
Segundo a Wafa, o território da Palestina mais afetado é a Cisjordânia (com um total de 6.230 infetados), seguido de Jerusalém Oriental, com 807. O território de Gaza, por sua vez, mantém-se a salvo, uma vez que não se registou um aumento das infeções nos últimos dias. O seu nível permanece estável (72 infeções e apenas uma morte).
Até agora, o foco principal do surto localiza-se na província de Hebron, no sul da Cisjordânia.
Israel, por sua vez, está a passar por uma situação semelhante e foi também forçado a voltar a impor diversas restrições que entretanto tinham sido levantadas.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 565 mil mortos e infetou mais de 12,74 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (134.815) e mais casos de infeção confirmados (mais de 3,24 milhões).
Seguem-se Brasil (71.469 mortos, mais de 1,83 milhões de casos), Reino Unido (44.798 mortos, mais de 288 mil casos), Itália (34.945 mortos e mais de 242 mil casos), México (34.730 mortos, mais de 295 mil casos), França (30.007 mortos, mais de 208 mil casos) e Espanha (28.403 mortos, quase 254 mil casos).
A Índia, que contabiliza 22.674 mortos, é o terceiro país do mundo em número de infetados, depois dos EUA e do Brasil, com quase 850 mil, seguindo-se a Rússia, com mais de 727 mil casos e 11.335 mortos.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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