O secretário de Defesa norte-americano disse que esta decisão cumpre o desejo anunciado pelo Presidente dos EUA de retirar uma parte do contingente militar norte-americano na Alemanha, que Donald Trump acusa de não gastar o suficiente em defesa e explicou que estas manobras começaram dentro de poucos meses.
Em junho, o Presidente dos EUA anunciara que pretendia reduzir o contingente militar norte-americano na Alemanha de cerca de 35.000 soldados para pouco mais de 25.000, falando na necessidade de um realinhamento global das forças armadas dos Estados Unidos.
As intenções do Pentágono passam por fazer regressar 6.500 soldados às suas bases nos Estados Unidos e transferir 5.400 para outros países europeus, especialmente para a Bélgica, Itália e Polónia, ficando ainda cerca de 25.000 soldados estacionados nas bases alemãs.
Segundo Mark Esper, cerca de 2.000 soldados serão distribuídos por bases da Itália e da Bélgica, cerca de 1.000 serão enviados para a Polónia, sendo os restantes distribuídos por outros países, ainda não especificados.
Trump tem classificado a Alemanha como "delinquente", por não cumprir as metas estabelecidas pela NATO para o orçamento de gastos militares, de pelo menos 02% do PIB, e chegou mesmo a dizer que os alemães têm "enganado" os Estados Unidos na área do comércio e da defesa.
O anúncio hoje feito por Esper insere-se na apresentação do plano de restruturação militar norte-americano na Europa, procurando especialmente aumentar a presença na Polónia, em resposta a um pedido feito pelo Presidente polaco, Andrzej Duda.
A decisão tem causado alguma polémica política interna nos EUA, onde o próprio Partido Republicano se divide relativamente às intenções de transferência de militares desde a Europa.
Este mês, 22 republicanos no Comité dos Serviços Armados da Câmara de Representantes enviaram uma carta a Trump dizendo que a redução da presença militar norte-americana na Europa encorajaria a agressão da Rússia na região.
A Alemanha também tem servido de centro estratégico para as operações militares dos EUA no Médio Oriente e em África.
O Pentágono diz que a decisão de manter ainda 25.000 soldados na Alemanha é um sinal de que os Estados Unidos não irão quebrar os seus compromissos com os aliados, nem desguarnecer as suas frentes de combate no Médio Oriente.
O senador republicano Jim Inhofe, presidente do Comité dos Serviços Armados no Senado, já manifestou o seu apoio ao plano do Pentágono, reconhecendo nele um "conceito para realinhar a postura militar dos EUA na Europa".
As Forças Armadas tinham até agora cerca de 47.000 efetivos espalhados por várias bases na Alemanha, estando cerca de 35.000 em serviço ativo.